quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Sol de Primavera


A lição sabemos de cor, só nos resta aprender!

Sol de Primavera
Beto Guedes e Ronaldo Bastos

Quando entrar setembro
E a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão
Onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos
Semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz
No que falta sonhar
Já choramos muito
Muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar
Uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera
Abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor
Só nos resta aprender...

Áudio Beto Guedes

terça-feira, 30 de agosto de 2011

Bijuterias


Bar-ba-ri-da-de! Já estamos quase em setembro!

Bijuterias
João Bosco e Aldir Blanc

Em setembro
Se Vênus me ajudar
Virá alguém
Eu sou de virgem
E só de imaginar
Me dá vertigem.


Minha pedra é ametista
Minha cor, o amarelo
Mas sou sincero
Necessito ir urgente
Ao dentista
Tenho alma de artista
E tremores nas mãos
Ao meu bem mostrarei
No coração,
Um sopro e uma ilusão
Eu sei
Na idade em que estou
Aparecem tiques, as manias
Transparentes

Transparentes
Feito bijuterias
Pelas vitrines


Da Sloper da alma

Áudio João Bosco

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

O Surdo


Um amigo me contou que participou de algumas rodas de samba pela Grande São Paulo mês passado. Segundo ele há muitas semelhanças com as rodas daqui em Floripa, mas uma diferença que ele percebeu foi a ausência de instrumentos de percussão graves como o surdo. Depois de um tour de alguns dias por aquelas bandas, somente na despedida foi feita uma festa em que havia um surdo e, para o deleite dele, finalmente a roda estava completa. Aí me lembrei de duas coisas. A primeira é que de tão "acostumado" com as rodas de samba e choro pelaqui, o relato dele me fez sentir que - pode parecer absurdo - até agora eu estava meio que surdo ao surdo, ouviram? Já a segunda boa lembrança foi justamente o samba de Totonho e Paulinho Rezende, interpretado pela Marrom, Alcione, que nos apresenta lindamente esse personagem: Não deixe que eu vencido de cansaço / Me descuide desse abraço / E desfaça o compasso do passo do meu coração...

O Surdo
Totonho e Paulinho Rezende

Amigo, que ironia desta vida
Você chora na avenida
Pro meu povo se alegrar
Eu bato forte em você
E aqui dentro do peito uma dor
Me destrói
Mas você me entende
E diz que pancada de amor não dói

Meu surdo, parece absurdo
Mas você me escuta
Bem mais que os amigos lá do bar
Não deixa que a dor
Mais me machuque
Pois pelo seu batuque
Eu dou fim ao meu pranto e começo a cantar
Meu surdo bato forte no seu couro
Só escuto este teu choro
Que os aplausos vêm pra consolar

Meu surdo, velho amigo e companheiro
Da avenida e de terreiro,
De rodas de samba e de solidão
Não deixe que eu vencido de cansaço
Me descuide desse abraço
E desfaça o compasso do passo do meu coração

Áudio Alcione

domingo, 28 de agosto de 2011

Abri a Porta


Abri a Porta
Dominguinhos e Gilberto Gil

Abri a porta
Apareci
A mais bonita
Sorriu pra mim
Naquele instante
Me convenci
O bom da vida
Vai prosseguir

Vai prosseguir
Vai dar pra lá do céu azul
Onde eu não sei
Lá onde a lei
Seja o amor
E usufruir do bem, do bom e do melhor
Seja comum
Pra qualquer um
Seja quem for

Abri a porta
Apareci
Isso é a vida
É a vida, sim

Áudio A Cor do Som

sábado, 27 de agosto de 2011

Eu Só Quero Um Xodó


Além de Contrato de Separação, esta é outra favorita de Dominguinhos e Anastácia.

Eu Só Quero Um Xodó
Dominguinhos e Anastácia

Que falta eu sinto de um bem
Que falta me faz um xodó
Mas como eu não tenho ninguém
Eu levo a vida assim tão só...

Eu só quero um amor
Que acabe o meu sofrer
Um xodó pra mim
Do meu jeito assim
Que alegre o meu viver

Áudio Gilberto Gil

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

De Volta Pro Aconchego


Mais uma parceria de Dominguinhos e Nando Cordel, interpretada por Elba Ramalho, acompanhada pelo próprio Dominguinhos (acordeon), Chiquinho do Acordeom (acordeon), Dori Caymmi (violão e arranjo), Jota Moraes (teclado), Nico Assumpção (baixo elétrico), Sidinho Moreira (percussão) e cordas.

De Volta Pro Aconchego
Dominguinhos e Nando Cordel

Estou de volta pro meu aconchego
Trazendo na mala bastante saudade
Querendo um sorriso sincero, um abraço,
Para aliviar meu cansaço
E toda essa minha vontade
Que bom, poder tá contigo de novo,
Roçando o teu corpo e beijando você,
Pra mim tu és a estrela mais linda
Seus olhos me prendem, fascinam,
A paz que eu gosto de ter.
É duro ficar sem você
Vez em quando
Parece que falta um pedaço de mim
Me alegro na hora de regressar
Parece que vou mergulhar
Na felicidade sem fim

Áudio Elba Ramalho e demais músicos

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Dedicado a Você


Dedicado a Você
Dominguinhos e Nando Cordel

Vem,
Se eu tiver você no meu prazer
Se pudesse ficar com você
Todo o momento, em qualquer lugar

Ah!
Se no desejo você fosse o amor
Durante o frio, fosse o calor
Na minha lua, você fosse o mar

Vem,
Meu coração se enfeitou de céu
Se embebedou na luz do teu olhar
Queria tanto ter você aqui

Ah!
Se teu amor fosse igual ao meu
Minha paixão ia brilhar, e eu
Completamente ia ser feliz

Áudio Zizi Possi

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Cara Valente

 

Cara Valente
Marcelo Camelo

Não, ele não vai mais dobrar
Pode até se acostumar
Ele vai viver sozinho
Desaprendeu a dividir

Foi escolher o mal-me-quer
Entre o amor de uma mulher
E as certezas do caminho
Ele não pôde se entregar
E agora vai ter de pagar
Com o coração
Olha lá!
Ele não é feliz
Sempre diz
Que é do tipo cara valente
Mas veja só
A gente sabe

Esse humor
É coisa de um rapaz
Que sem ter proteção
Foi se esconder atrás
Da cara de vilão
Então, não faz assim rapaz
Não bota esse cartaz
A gente não cai não...

Ê! Ê!
Ele não é de nada
Oiá!!!
Essa cara amarrada
É só!
Um jeito de viver na pior

Ê! Ê!
Ele não é de nada
Oiá!!!
Essa cara amarrada
É só!
Um jeito de viver
Esse mundo de mágoas

Áudio Maria Rita

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Inútil Paisagem

Foto de Dauro Veras

Inútil Paisagem
Tom Jobim e Aloysio de Oliveira

Mas pra que
Pra que tanto céu
Pra que tanto mar,
Pra que

De que serve esta onda que quebra
E o vento da tarde
De que serve a tarde
Inútil paisagem

Pode ser
Que não venhas mais
Que não voltes nunca mais

De que servem as flores que nascem
Pelo caminho
Se o meu caminho
Sozinho é nada

Áudio Elis Regina & Tom Jobim

segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Amanhã é 23


Amanhã é 23
George Israel e Paula Toller

As entradas do meu rosto
E os meus cabelos brancos
Aparecem a cada ano
No final de um mês de agosto

Há vinte anos você nasceu
Ainda guardo um retrato antigo
Mas agora que você cresceu
Não se parece nada comigo

Esse seu ar de tristeza
Alimenta a minha dor
Tua pose de princesa
De onde você tirou

Amanhã! Amanhã!
Amanhã! Amanhã!

Amanhã é 23
São oito dias para o fim do mês
Faz tanto tempo
Que eu não te vejo
Queria o seu beijo
Outra vez

Áudio Kid Abelha

domingo, 21 de agosto de 2011

Metamorfose Ambulante


Raul Seixas: 22 anos depois. Toca Raul!!

Metamorfose Ambulante
Raul Seixas

Prefiro ser
Essa metamorfose ambulante
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Eu quero dizer
Agora, o oposto do que eu disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Do que ter aquela velha opinião
Formada sobre tudo

Sobre o que é o amor
Sobre o que eu nem sei quem sou

Se hoje eu sou estrela
Amanhã já se apagou
Se hoje eu te odeio
Amanhã lhe tenho amor

Lhe tenho amor
Lhe tenho horror
Lhe faço amor
Eu sou um ator

É chato chegar
A um objetivo num instante
Eu quero viver
Nessa metamorfose ambulante

Eu vou desdizer
Aquilo tudo que eu lhe disse antes
Eu prefiro ser
Essa metamorfose ambulante

Áudio Raul Seixas

Gita


Raul Seixas: 22 anos depois. Toca Raul!!

Gita
Raul Seixas e Paulo Coelho

Eu que já andei pelos quatro cantos do mundo procurando, foi justamente num sonho que ele me falou:

Às vezes você me pergunta
Por que é que eu sou tão calado,
Não falo de amor quase nada,
Nem fico sorrindo ao teu lado.

Você pensa em mim toda hora.
Me come, me cospe, me deixa.
Talvez você não entenda,
Mas hoje eu vou lhe mostrar.

Eu sou a luz das estrelas;
Eu sou a cor do luar;
Eu sou as coisas da vida;
Eu sou o medo de amar.

Eu sou o medo do fraco;
A força da imaginação;
O blefe do jogador;
Eu sou!... Eu fui!... Eu vou!...

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou o seu sacrifício;
A placa de contra-mão;
O sangue no olhar do vampiro
E as juras de maldição.

Eu sou a vela que acende;
Eu sou a luz que se apaga;
Eu sou a beira do abismo;
Eu sou o tudo e o nada.

Por que você me pergunta?
Perguntas não vão lhe mostrar
Que eu sou feito da terra,
Do fogo, da água e do ar!

Você me tem todo dia,
Mas não sabe se é bom ou ruim.
Mas saiba que eu estou em você,
Mas você não está em mim.

Das telhas eu sou o telhado;
A pesca do pescador;
A letra "A" tem meu nome;
Dos sonhos eu sou o amor.

Eu sou a dona de casa
Nos pegue pagues do mundo;
Eu sou a mão do carrasco;
Sou raso, largo, profundo.

Gita! Gita! Gita!
Gita! Gita!

Eu sou a mosca da sopa
E o dente do tubarão;
Eu sou os olhos do cego
E a cegueira da visão.

Eu!
Mas eu sou o amargo da língua,
A mãe, o pai e o avô;
O filho que ainda não veio;
O início, o fim e o meio.
O início, o fim e o meio.
Eu sou o início,
O fim e o meio.
Eu sou o início
O fim e o meio.

Vídeo Raul Seixas

Maluco Beleza


Raul Seixas: 22 anos depois. Bota Raul, porra!

Maluco Beleza
Raul Seixas e Cláudio Roberto

Enquanto você
Se esforça pra ser
Um sujeito normal
E fazer tudo igual...

Eu do meu lado
Aprendendo a ser louco
Maluco total
Na loucura real...

Controlando
A minha maluquez
Misturada
Com minha lucidez.

Vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza
Eu vou ficar
Ficar com certeza
Maluco beleza...

E esse caminho
Que eu mesmo escolhi
É tão fácil seguir
Por não ter onde ir...

Vídeo Raul Seixas

sábado, 20 de agosto de 2011

Porto


Música de Dori Caymmi, Porto é interpretada aqui pelo MPB-4 em gravação de 1975.

Porto
Dori Caymmi

Instrumental

Áudio MPB-4

sexta-feira, 19 de agosto de 2011

Velho Piano


Velho Piano
Dori Caymmi e Paulo César Pinheiro

Ah! O amor muda tanto
Parece que o encanto
O cotidiano desfaz
Feito um verso jogado num canto
De um velho piano
Que não toca mais

E ele estende seu manto
Feito um soberano
E vem como um santo
Mas parte profano
Parece um cigano
Não volta jamais

Ah! O amor causa espanto
O amor é o engano que traz
Desengano por trás
E no entanto
Todo ser humano
Por ele faz plano demais
Erra demais

Ai, é o amor, barco tonto
Num vasto oceano
De riso e de pranto
De gozo e de dano
E como é mundano
Não pára no cais
E quando quer paz
É tarde demais

Áudio Nana Caymmi e Cesar Camargo Mariano

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Sete-Violas


Poema de Paulo César Pinheiro musicado por Theo de Barros (site aqui), Sete-Violas está no disco Theo (2006), do compositor, instrumentista, cantor e arranjador carioca Theo de Barros e conta com a participação de vários intérpretes, nesta ordem de entrada (que é diferente do poema apresentado abaixo): Renato Braz (Viola de primitivo); Mônica Salmaso (Viola de caipira); Ana Luiza de Barros (Viola de marinheiro); Ricardo Barros e Theo de Barros (Viola de capoeira); Cidinha Souza, Ringo Alves, Carlinhos Souza e Tatiana Parra (Viola de sertanejo); novamente Renato Braz (Viola de nordestino); Cidinha Souza, Ringo Alves, Carlinhos Souza e Tatiana Parra (Viola de fitas). E na gravação também estão os seguintes instrumentistas: Theo de Barros (violão), Heraldo do Monte (viola caipira), Léa Freire (flauta), Teco Cardoso (flautas), Nailor Azevedo "Proveta" (clarinete), Mário Rocha (trompa), Arismar do Espirito Santo (baixo), Tibô Delor (baixo acústico), Toninho Ferragutti (acordeon), Caíto Marcondes (percussão) e cordas da OSESP.

Sete-Violas
Poema de Paulo César Pinheiro musicado por Theo de Barros

Viola de sertanejo,
Quando ela entra em torneio,
Parece que o seu manejo
Nas outras causa receio.
Se a corda parte no meio
Ela não perde o molejo,
O vento faz o ponteio
E a brisa faz o harpejo.
E ela acompanha o motejo
Fazendo mais um floreio,
Usando o som do trastejo
Pro dengue do balanceio.

Viola de caipira
Quando entra num desafio,
A corda vira e revira
Que nem um curso de rio.
Parece um bicho no cio
Em cada som que ela tira,
Que quem não tem sangue frio
Desse cordel se retira.
Baixa o seu Sete-da-Lira
No violeiro vadio,
Que quando acaba a catira
É o dono do mulherio.

Viola cheia de fitas,
Que tem as cordas de aço,
Amarra as moças bonitas
Com as fitas que tem no braço
Depois de presas no laço,
Marias, Rosas e Ritas,
Pra todas tem um pedaço,
Pois todas são favoritas.
São como as notas escritas,
Tem muitas em cada traço,
Mas todas ganham visitas
Dentro do mesmo compasso.

Viola de nordestino,
É dela o som mais ferido,
Parece um toque de sino
Prum retirante caído.
O bojo é pau retorcido
Cortado no sol a pino,
Por isso o som é um gemido
De pedra e pó, seco e fino.
Cravelha de osso bovino,
Bordão de couro curtido,
Quem toca faz seu destino
No chão da cobra-de-vidro.

Viola de marinheiro
Tem braço de viramundo,
E assim vira o mundo inteiro
Tirando o som lá do fundo.
Em roda de vagabundo
Ela é quem fala primeiro,
Ninguém quer ser o segundo,
Segundo o rei do terreiro,
Quem diz que não tem dinheiro
Que pague um canto profundo
De quem cantou, companheiro,
Nos quatro cantos do mundo.

Viola de primitivo,
Do mato se desenterra,
E tem o som instintivo
Que nem do boi quando berra,
Que nem do galo-da-serra,
Que nem de tudo que é vivo,
Só toca em campo de guerra
Se for pra não ser cativo.
E assim, por esse motivo,
Seu canto quando se encerra
Acorda o canto nativo
Do coração dessa Terra.

Viola de capoeira
Que roda em beira-de-praia,
Seu tampo é pau-de-aroeira,
Quem toca é da mesma laia.
Na roda que tem tocaia
Viola roda a bandeira,
Sai dando rabo-de-arraia,
Pernada, tapa e rasteira.
Não tomba em roda guerreira,
Não foge nunca da raia,
Só cai no chão da poeira
Se for em roda-de-saia.

Áudio Theo de Barros e vários intérpretes

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Disparada


Grande interpretação de Jair Rodrigues, acompanhado por Aires (viola), Manini (percussão) e Edgar Gianullo (violão) no II Festival da Música Popular Brasileira, de 1966, Disparada, de Geraldo Vandré e Theo de Barros, consagrou-se campeã juntamente com A Banda, de Chico Buarque, interpretada por ele e Nara Leão.

Disparada
Geraldo Vandré e Theo de Barros

Prepare o seu coração
Pras coisas
Que eu vou contar
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
Eu venho lá do sertão
E posso não lhe agradar...

Aprendi a dizer não
Ver a morte sem chorar
E a morte, o destino, tudo
A morte e o destino, tudo
Estava fora do lugar
Eu vivo pra consertar...

Na boiada já fui boi
Mas um dia me montei
Não por um motivo meu
Ou de quem comigo houvesse
Que qualquer querer tivesse
Porém por necessidade
Do dono de uma boiada
Cujo vaqueiro morreu...

Boiadeiro muito tempo
Laço firme e braço forte
Muito gado, muita gente
Pela vida segurei
Seguia como num sonho
E boiadeiro era um rei...

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E nos sonhos
Que fui sonhando
As visões se clareando
As visões se clareando
Até que um dia acordei...

Então não pude seguir
Valente em lugar tenente
E dono de gado e gente
Porque gado a gente marca
Tange, ferra, engorda e mata
Mas com gente é diferente...

Se você não concordar
Não posso me desculpar
Não canto pra enganar
Vou pegar minha viola
Vou deixar você de lado
Vou cantar noutro lugar

Na boiada já fui boi
Boiadeiro já fui rei
Não por mim nem por ninguém
Que junto comigo houvesse
Que quisesse ou que pudesse
Por qualquer coisa de seu
Por qualquer coisa de seu
Querer ir mais longe
Do que eu...

Mas o mundo foi rodando
Nas patas do meu cavalo
E já que um dia montei
Agora sou cavaleiro
Laço firme e braço forte
Num reino que não tem rei

Na boiada já fui boi...

Vídeo Jair Rodrigues

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Deixa Isso Pra Lá


Enfim outra canção citada em Jack Soul Brasileiro, de Lenine! Na interpreção cheia de suíngue de Jair Rodrigues...

Deixa Isso Pra Lá
Alberto Paz e Edson Menezes

Deixa que digam
Que pensem
Que falem

Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem ?
Eu não estou fazendo nada
Você tambem
Faz mal bater um papo
Assim gostoso com alguém ?

Vai, vai, por mim
Balanço de amor,é assim
Mãozinha com mãozinha pra lá
Beijinhos e beijinhos pra cá

Vem balançar
Amor é balanceio meu bem
Só vai no meu balanço quem tem
Carinho pra dar

Áudio Jair Rodrigues

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

O Canto da Ema


Quem fez a ema gemer na boa? pergunta Lenine na sua música Jack Soul Brasileiro. Faixa de abertura de Os Donos do Ritmo, disco de 10 polegadas (geralmente com quatro faixas de cada lado e menor que os mais conhecidos LPs, estes com 12 polegadas), Jackson do Pandeiro e Almira Castilho lançaram O Canto da Ema, composição de Alventino Cavalcante, Aires Viana e João do Vale, em 1958.

O Canto da Ema
Alventino Cavalcante, Aires Viana e João do Vale

A ema gemeu
No tronco do juremá

Foi um sinal bem triste, morena
Fiquei a imaginar
Será que o nosso amor, morena
Que vai se acabar?

Você bem sabe
Que a ema quando canta
Vem trazendo no seu canto
Um bucado de azar

Eu tenho medo
Pois acho que é muito cedo
Muito cedo, meu benzinho
Para esse amor se acabar

Vem morena (vem, vem ,vem)
Me beijar (me beijar)
Dá-me um beijo (dá-me um beijo)
Pra esse medo (se acabar)

Áudio Jackson do Pandeiro

domingo, 14 de agosto de 2011

Cantiga do Sapo


Frog Bulletin Board by Shar from Growing, Learning and Laughing (taken here)

Mais uma composição de Jackson do Pandeiro citada por Lenine em sua Jack Soul Brasileiro. Especial para a especialista em sapos Regina Carvalho. 

Cantiga do Sapo
Jackson do Pandeiro e Buco do Pandeiro


É assim que o sapo canta na lagoa
Sua toada improvisada em dez pés

- Tião
- Oi!
- Fosse?
- Fui!
- Comprasse?
- Comprei!
- Pagasse?
- Paguei!
- Me diz quanto foi?
- Foi quinhentos réis

É tão gostoso morar lá na roça
Numa palhoça perto da beira do rio

Quando a chuva cai e o sapo fica contente
Que até alegra a gente com o seu desafio

Áudio e vídeo Jackson do Pandeiro



Chiclete Com Banana





A música Jack Soul Brasileiro, de Lenine, postada ontem, apresenta vários intertextos, como bem observou a poeta e cronista Regina Carvalho. Vou apresentar aqui os que eu conseguir identificar. Eis o primeiro, Chiclete com Banana, de Gordurinha e Almira Castilho (encontrei esta observação no site do IMMUB: "Segundo declara Almira Castilho no livro Jackson do Pandeiro: O Rei do Ritmo [de Fernando Moura e Antônio Vicente, Ed. 34], há parceria de Jackson do Pandeiro nesta música, sendo a criação dos três, mas só dois poderiam assinar").  Almira,  esposa de Jackson do Pandeiro nas décadas de 50 e 60, era cantora, dançarina, atriz de rádio e cinema, e apresentava-se junto com o marido. Chiclete com Banana foi gravada por Jackson em 1959. Nesta postagem exibimos sua apresentação em um programa de TV no início doa anos 80, pouco antes da morte do cantor. 

Chiclete Com Banana
Gordurinha e Almira Castilho

Eu só ponho be-bop
No meu samba
Quando Tio Sam pegar o tamborim
Quando ele pegar no pandeiro
E no zabumba
Quando ele aprender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chicletes eu misturo com banana
E o meu samba vai ficar assim

Tirurururiruri bop-be-bop-be-bop

Quero ver a grande confusão
É o samba-rock, meu irmão

Mas em compensação
Eu quero ver um boogie-woogie
De pandeiro e violão
Eu quero ver o Tio Sam
De frigideira
Numa batucada brasileira

Vídeo Jackson do Pandeiro

sábado, 13 de agosto de 2011

Jack Soul Brasileiro


E por falar em Jackson do Pandeiro...

Jack Soul Brasileiro
Lenine

Jack Soul Brasileiro
E que som do pandeiro
É certeiro e tem direção
Já que subi nesse ringue
E o país do swing
É o país da contradição...

Eu canto pro rei da levada
Na lei da embolada
Na língua da percussão
A dança mugango dengo
A ginga do mamolengo
Charme dessa nação...

Quem foi?
Que fez o samba embolar?
Quem foi?
Que fez o coco sambar?
Quem foi?
Que fez a ema gemer na boa?
Quem foi?
Que fez do coco um cocar?
Quem foi?
Que deixou um oco no lugar?
Quem foi?
Que fez do sapo
Cantor de lagoa?...

E diz aí, Tião!
Diga, Tião! Oi!
Fosse? Fui!
Comprasse? Comprei!
Pagasse? Paguei!
Me diz quanto foi?
Foi 500 reais
Me diz quanto foi?

Jack Soul Brasileiro
Do tempero, do batuque
Do truque, do picadeiro
E do pandeiro, e do repique
Do pique do funk rock
Do toque da platinela
Do samba na passarela
Dessa alma brasileira
Despencando da ladeira
Na zueira da banguela
Alma brasileira
Despencando da ladeira
Na zueira da banguela

Diz aí quem foi...

Eu só ponho be-bop no meu samba
Quando o Tio Sam
Pegar no tamborim
Quando ele pegar
No pandeiro e no zabumba
Quando ele entender
Que o samba não é rumba
Aí eu vou misturar
Miami com Copacabana
Chiclete eu misturo com banana
E o meu samba e o meu samba
Vai ficar assim...

Ah! ema gemeu...
Aaaaah ema gemeu!

Eu digo deixa!
Que digo!
Que pensem!
Que fale!
Deixa isso pra lá
Vem pra cá
O que que tem
Eu não tô fazendo nada
Você também
Não faz mal bater um papo assim gostoso com alguém

Áudio Lenine



Vídeo Lenine e orquestra

sexta-feira, 12 de agosto de 2011

Um a Um


Depois do Um a Zero... esse jogo não pode ser Um a Um... muito bom o Jackson do Pandeiro!

Um a Um
Edgar Ferreira

Esse jogo não pode ser um a um
(Se o meu clube perder é
Zum-zum-zum)
Ah olhe o jogo não é um a um
(Se o meu clube perder é
Zum-zum-zum)

O meu clube tem time de primeira
Sua linha atacante é artilheira
A linha média é tal qual uma barreira
O center-forward corre bem na dianteira
A defesa é segura e tem rojão
E o goleiro é igual um paredão

Esse jogo não é um a um
(Se o meu clube perder é
zum-zum-zum)
Mato um mais o jogo não é um a um
(Se o meu clube perder é
zum-zum-zum)

É encarnado e branco e preto
É encarnado e branco

O meu clube jogando, eu aposto
Quer jogar, um empate é pra você
Eu dou um zurra a quem aparecer
Um empate pra mim já é derrota
Mas confio nos craques da pelota
E o meu clube só joga é pra vencer

Mas rapaz uma coisa dessa também
Tá demais
O juiz ladrão rapaz
Eu vi com esses dois olhos que a terra
Há de comer
Quando ele pegou o rapaz pelo calção
O rapaz ficou sem calção

Vídeo Jackson do Pandeiro

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

É Uma Partida de Futebol



É Uma Partida de Futebol
Samuel Rosa e Nando Reis

Bola na trave não altera o placar
Bola na área sem ninguém pra cabecear
Bola na rede pra fazer o gol
Quem não sonhou em ser um jogador de futebol?

A bandeira no estádio é um estandarte
A flâmula pendurada na parede do quarto
O distintivo na camisa do uniforme
Que coisa linda é uma partida de futebol

Posso morrer pelo meu time
Se ele perder, que dor, imenso crime
Posso chorar, se ele não ganhar
Mas se ele ganha, não adianta
Não há garganta que não pare de berrar

A chuteira veste o pé descalço
O tapete da realeza é verde
Olhando para bola eu vejo o sol
Está rolando agora, é uma partida de futebol

Vídeo Skank

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Fazendo Música, Jogando Bola


Fazendo Música, Jogando Bola
Pepeu Gomes e Baby Consuelo

Foi vivendo dessa maneira,
Fazendo música, jogando bola
Que aprendi a brincadeira
Fazendo música, jogando bola

Como todas as crianças
Que nada sabem, que sabem tudo
Que aprendi a brincadeira
Fazendo música, jogando bola

Só queria alegria,
Era de noite, era de dia
Fui brincar de aprendiz,
Saquei a vida e sou feliz.

Áudio Pepeu Gomes

terça-feira, 9 de agosto de 2011

Assobiar e Chupar Cana


Nem tudo pode ser perfeito, nem tudo pode ser bacana... muito bom lembrar, hein? muito bom lembrar...

Assobiar e Chupar Cana
Benito Di Paula

Nem tudo pode ser perfeito
Nem tudo pode ser bacana
Quero ver um cara sentar numa praça
Assoviar e chupar cana
 
Seria muito bom
Seria muito legal
Se cantor ou compositor
Pudesse ser ator ou jogador de futebol

A taça do mundo é nossa
Com brasileiro não há quem possa

Vídeo Benito Di Paula

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

O Futebol

 Chico Buarque por Carlinhos Müller

O Futebol
Chico Buarque

Para estufar esse filó
Como eu sonhei

Se eu fosse o Rei
Para tirar efeito igual
Ao jogador
Qual
Compositor
Para aplicar uma firula exata
Que pintor
Para emplacar em que pinacoteca, nega
Pintura mais fundamental
Que um chute a gol
Com precisão
De flecha e folha seca

Parafusar algum joão
Na lateral
Não
Quando é fatal
Para avisar a finta enfim
Quando não é
Sim
No contrapé
Para avançar na vaga geometria
O corredor
Na paralela do impossível, minha nega
No sentimento diagonal
Do homem-gol
Rasgando o chão
E costurando a linha

Parábola do homem comum
Roçando o céu
Um
Senhor chapéu
Para delírio das gerais
No coliseu
Mas
Que rei sou eu
Para anular a natural catimba
Do cantor
Paralisando esta canção capenga, nega
Para captar o visual
De um chute a gol
E a emoção
Da ideia quando ginga

(Para Mané para Didi para Mané Mané para Didi para Mané para Didi para Pagão para Pelé e Canhoteiro)

Áudio Chico Buarque

domingo, 7 de agosto de 2011

Aqui É o País do Futebol

 

Wilson Simonal, muito bem acompanhado pelo Som Três - grupo constituído por Cesar Camargo Mariano (piano e arranjo), Toninho Pinheiro (bateria) e Sabá (Sebastião Oliveira da Paz) (contrabaixo) - além de Dom Chacal (percussão) e Simonautas (sopros), interpreta esta composição de Milton Nascimento e Fernando Brant, Aqui É o País do Carnaval. A gravação é do LP de Simonal Mexico'70, lançado naquele país por ocasião da Copa do Mundo daquele ano.
  
Aqui É o País do Futebol
Milton Nascimento e Fernando Brant

Brasil está vazio na tarde de domingo, né?
Olha o sambão, aqui é o país do futebol

No fundo deste país
Ao longo das avenidas
Nos campos de terra e grama
Brasil só é futebol
Noventa minutos
De emoção e alegria
Esqueça a casa e o trabalho
A vida fica lá fora
E tudo fica lá fora
Inferno fica lá fora
As dores ficam lá fora

Áudio Wilson Simonal e demais músicos

sábado, 6 de agosto de 2011

Replay (O Meu Time É a Alegria da Cidade)


Replay (O Meu Time É a Alegria da Cidade)
Roberto Correia e Jon Lemos

Faltavam só cinco minutos pra terminar o jogo
E o adversário fazia uma tremenda pressão
Sofria como um louco com o rádio colado ao pé do ouvido
Mas a nossa defesa é segura, é mesmo de seleção
Meu time bem armado, tranquilo, era final, era uma decisão
Até que o juíz apitou falta a favor do "mengão"

Paulo César prepara o seu chute fatal
Na barreira confusão é geral
Atenção
Preparou
Correu
E chutou

É gol...
Que felicidade!
É gol o meu time é alegria da cidade...

(E atenção que nós vamos repetir o gol...)

Áudio Trio Esperança (Mário, Regina e Marizinha)

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

Geraldinos e Arquibaldos


De Gonzaguinha no seu disco Plano de Voo, de 1975...

Geraldinos e Arquibaldos
Gonzaguinha

Mamãe não quer... não faça
Papai diz não... não fale
Vovó ralhou... se cale
Vovô gritou... não ande
Placas de rua... não corra
Placas no verde... não pise
No luminoso... não fume
Olha o hospital... silêncio
Sinal vermelho... não siga
Setas de mão... não vire
Vá sempre em frente nem pense
É contramão.

É cama de gato
Olha a garra dele
É cama de gato
Melhor se cuidar
No campo do adversário
É bom jogar com muita calma
Procurando pela brecha
Pra poder ganhar

Acalma a bola, rola a bola, trata a bola
Limpa a bola que é preciso faturar
E esse jogo tá um osso
É um angu que tem caroço
E é preciso desembolar
E se por baixo não tá dando
É melhor tentar por cima
Oi com a cabeça dá
Você me diz que esse goleiro é titular da seleção
Só vou saber mas é quando eu chutar

É cama de gato...

Matilda!...
Matilda!...
No campo do adversário...

Áudio Gonzaguinha



Vídeo Gonzaguinha com versão alternativa

quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Gol Anulado


Gol Anulado
João Bosco e Aldir Blanc

Quando você gritou: “Mengo!”
No segundo gol do Zico
Tirei sem pensar o cinto
E bati até cansar

Três anos vivendo juntos
E eu sempre disse contente
Minha preta é uma rainha
Porque não teme o batente
Se garante na cozinha
E ainda é Vasco doente

Daquele gol até hoje meu rádio está desligado
Como se radiasse o silêncio do amor terminado
Eu aprendi que a alegria
De quem está apaixonado
É como a falsa euforia
De um gol anulado

Vídeo Elis Regina

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Meio-de-Campo


Meio-de-Campo
Gilberto Gil

Prezado amigo Afonsinho
Eu continuo aqui mesmo
Aperfeiçoando o imperfeito
Dando um tempo, dando um jeito
Desprezando a perfeição
Que a perfeição é uma meta
Defendida pelo goleiro
Que joga na seleção
E eu não sou Pelé nem nada
Se muito for, eu sou um Tostão

Fazer um gol nessa partida não é fácil, meu irmão
Entrou de bola e tudo

Áudio e vídeo Elis Regina



terça-feira, 2 de agosto de 2011

Ladeira da Preguiça


Ladeira da Preguiça
Gilberto Gil

Essa ladeira
Que ladeira é essa?
Essa é a Ladeira da Preguiça

Preguiça que eu tive sempre
De escrever para a família
E de mandar contar pra casa
Que esse mundo é uma maravilha
E pra saber se a menina já conta as estrelas
E sabe a segunda cartilha
E pra saber se o menino já canta cantigas
E já não bota mais a mão na barguilha
E pra falar do mundo, falar uma besteira
Formenteira é uma ilha
Onde se chega de barco, mãe
Que nem lá
Na Ilha do Medo
Que nem lá
Na Ilha do Frade
Que nem lá
Na Ilha de Maré
Que nem lá
Salina das Margaridas

Essa ladeira
Que ladeira é essa?
Essa é a Ladeira da Preguiça

Ela não é de hoje
Ela é desde quando
Se amarrava cachorro com linguiça

Vídeos Elis Regina



segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Biruta


Biruta é um partido-alto de Jacob do Bandolim. Na gravação de 1952 apresentada aqui participam - além de Jacob do Bandolim - Taranto (contrabaixo), Barão (tamborim), Gilberto D'Ávila (percussão), Jonas Pereira da Silva (cavaquinho), Jorginho do Pandeiro (Jorge José da Silva) (percussão) e Pedro dos Santos (Pedro Sorongo) (reco-reco).

Biruta     
Jacob do Bandolim

Instrumental
           
Áudio Jacob do Bandolim e demais músicos (também aqui)