quinta-feira, 30 de junho de 2011

O Circo (Onze e Meia)


Estava assistindo a uma ótima entrevista com Antonio Cicero no YouTube (ver aqui), quando ele comenta sobre o título de seu livro de ensaios Finalidades Sem Fim (2005), inspirado no filósofo Immanuel Kant, uma interessante discussão sobre as finalidades do poema. A entrevistadora, Bia Corrêa do Lago, se lembra então que esse título já havia aparecido nos versos do poema Onze e Meia, publicado em outro livro Cicero, este de poemas, intitulado Guardar, de 1996 (o poeta também lê o poema Guardar na entrevista). Ao ouvir a leitura de Onze e Meia, me lembrei que Maria Bethânia, no seu disco Âmbar (1996), gravou a canção O Circo, que nada mais é do que o referido poema musicado por Orlando Moraes. 

O Circo (Onze e Meia)
Orlando Morais e Antonio Cicero

Quando a noite vem
Um verão assim
Abrem-se cortinas, varandas, janelas
Prazeres, jardins
Onze e meia alguém
Concentrado em mim
No espelho castanho dos olhos
Vê finalidades sem fins

Não lhe mostro todos os bichos
Que tenho de uma vez
Armo o circo com não mais
Do que uns cinco ou seis

Leão, camelo, garoto, acrobata
E não há luar
E os deuses gostam de se disfarçar

Áudio Maria Bethânia

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