quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

The Frog - A Rã


Fiquei sabendo que em inglês ano bissexto é chamado leap year (leap significa "pular"), ou seja, a data de hoje irá "pular" quatro anos, se repetindo somente em 2016; eis o porquê da associação desse dia com sapos, nos países de língua inglesa (ver aqui e aqui). Aí me lembrei da composição The Frog (O Sapo), de João Donato, interpretada por ele no seu álbum A Bad Donato, de 1970, e por João Gilberto no seu disco do mesmo ano. A música ganhou depois letra de Caetano Veloso e passou a se chamar A Rã, interpretada por Gal Costa em seu disco Cantar, de 1974.

The Frog
João Donato

Instrumental


A Rã
João Donato e Caetano Veloso

Coro de cor
Sombra de som de cor
De mal-me-quer
De mal-me-quer de bem
De bem-me-diz
De me dizendo assim
Serei feliz
Serei feliz de flor
De flor em flor
De samba em samba em som
De vai e vem
De ver de verde ver
Pé de capim
Bico de pena pio
De bem-te-vi
Amanhecendo sim
Perto de mim
Perto da claridade
Da manhã
A grama a lama tudo
É minha irmã
A rama o sapo o salto
De uma rã

Áudio João Donato



Áudio João Gilberto



Áudio Gal Costa

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Brisa do Mar


Nana Caymmi interpreta Brisa do Mar, de João Donato e Abel Silva em seu disco "...E a Gente Nem Deu Nome", de 1981.

Brisa do Mar
João Donato e Abel Silva

Brisa do mar
Confidente do meu coração
Me sinto capaz de uma nova ilusão

Que também passará
Como ondas na beira de um cais
Juras, promessas, canções
Mas por onde andarás

Pra ser feliz não há uma lei
Não há porém sempre é bom
Viver a vida atento ao que diz
No fundo do peito o seu coração

E saber entender
Os segredos que ele ensinou
Mensagens sutis
Como a brisa do mar

Áudio Nana Caymmi

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

Conversa de Botequim


Em 1935 Noel Rosa gravou Conversa de Botequim, sua e de Vadico. Ótima composição e ótima interpretação!!

Conversa de Botequim
Vadico e Noel Rosa

Seu garçom, faça o favor de me trazer depressa
Uma boa média que não seja requentada
Um pão bem quente com manteiga à beça
Um guardanapo, um copo de água bem gelada
Fecha a porta da direita com muito cuidado
Que eu não estou disposto a ficar exposto ao sol
Vá perguntar ao seu freguês do lado
Qual foi o resultado do futebol
Se você ficar limpando a mesa
Não me levanto e nem pago a despesa
Vá pedir ao seu patrão uma caneta, um tinteiro
Um envelope e um cartão
Não se esqueça de me dar palito e um cigarro pra espantar mosquito
Vá dizer ao charuteiro que me empreste
Uma revista, um isqueiro e um cinzeiro
Telefone ao menos uma vez para 34-4333
E ordene ao seu Osório que me mande um guarda-chuva
Aqui pro nosso escritório
Seu garçom, me empreste algum dinheiro
Que eu deixei o meu com o bicheiro
Vá dizer ao seu gerente que pendure esta despesa
No cabide ali em frente

Áudio Noel Rosa

domingo, 26 de fevereiro de 2012

É Preciso Discutir


É  Preciso Discutir, de Noel Rosa, na ótima interpretação dos Ases do Samba: Francisco Alves e Mario Reis. A gravação é de 1931.

É  Preciso Discutir
Noel Rosa

Francisco Alves:
Na introdução deste samba
Quero avisar por um modo qualquer
Que esta briga
É por causa de uma mulher

Mario Reis:
E eu aviso também
Que neste samba agora me meto
Para cantar
Com Francisco Alves em dueto

É  preciso discutir
Mas não quero discussão
Da discussão sai a razão
Mas às vezes sai pancada
A questão é complicada
Quero ver a decisão

A mulher tem que ser minha
A mulher não traz letreiro
Foi comigo que ela vinha
Mas fui eu quem viu primeiro
Ela é minha porque vi
Mas quem segurou fui eu
A conversa já meti
A mulher não escolheu
E podes crer que...

Já perdi a paciência
Eu por ela me arrisco
Sou capaz de violência
Mas não vai quebrar o disco
Quanto tempo foi perdido
Perdi tempo pra ganhar
Ganhar fama de atrevido
Quem se atreve quer brigar
E podes crer que...

Áudio Francisco Alves e Mario Reis

sábado, 25 de fevereiro de 2012

Foi Ela


Francisco Alves gravou Foi Ela, de Ary Barroso, em 1935. Mulher danada essa! hehehe...

Foi Ela
Ary Barroso

Quem quebrou meu violão de estimação
Foi ela!
Quem fez do meu coração seu barracão
Foi ela!
E depois me abandonou, ô, ô, ô, ô
Minha casa se despovoou
Quem me fez tão infeliz só porque quis
Foi ela!
Foi um sonho que findou, ô, ô, ô, ô
Um romance que acabou, ô, ô,ô, ô
Quem fingiu gostar de mim até o fim
Foi ela!

Áudio Francisco Alves

sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Dois Corações


Dois Corações, de Herivelto Martins e Valdemar Gomes, foi interpretada pela primeira vez pela mulher de Herivelto, Dalva de Oliveira, e o Rei da Voz, Francisco Alves, em 1942. Aqui apresentamos um dueto póstumo com Dalva e seu filho (com Herivelto) Pery Ribeiro, gravação lançada no disco Tributo à Dalva de Oliveira, de 1997.

Dois Corações
Herivelto Martins e Waldemar Gomes

Quando dois corações se amam de verdade
Não pode haver no mundo maior felicidade
Tudo é alegria, tudo é ilusão
Que bom que não seria se eu tivesse um amor

Eu sou o poeta que canta a lua quarto crescente
Sozinho, sem vida, descrente
Lua cheia, onde estais que não clarea
Esse triste coração, vazio caramanchão

Áudio Dalva de Oliveira e Pery Ribeiro

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Correnteza


Correnteza é o título do segundo álbum de Edu Krieger, lançado em 2009. Aqui ele interpreta a canção-título tocando violão 8 cordas.

Correnteza
Edu Krieger

Correnteza leva o rio
Leva o rio devagar
Vai correndo tão macio
deslizando para o mar
O amor é meu navio
Pra contigo navegar
O amor é meu navio
Pra contigo navegar

Vai correnteza
Leva embora essa tristeza
Que em meu peito transbordou
Vai correnteza
E me leva bem depressa
Pra encontrar o meu amor

Correnteza leva o rio
Eu também quero levar
Pra bem longe esse vazio
Que em meu peito quer morar
Ser feliz é um desafio
Mas a gente chega lá
Ser feliz é um desafio
Mas a gente chega lá

Vídeo Edu Krieger

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Novo Amor


Nesta quarta-feira de cinzas, encerrando o carnaval, apresentamos Novo Amor, de Edu Krieger, na ótima interpretação de Roberta Sá e Hamilton de Hollanda com seu bandolim em dois momentos: na gravação do disco de Roberta intitulado Que Belo Estranho Dia Pra Se Ter Alegria, de 2007, e no vídeo com os dois intérpretes.

Novo Amor
Edu Krieger

A luz apaga porque já raiou o dia
E a fantasia vai voltar pro barracão
Outra ilusão desaparece quarta-feira
Queira ou não queira terminou o carnaval

Mas não faz mal, não é o fim da batucada
E a madrugada vem trazer meu novo amor
Bate o tambor, chora a cuíca e o pandeiro
Come o couro no terreiro porque o choro começou

A gente ri
A gente chora
E joga fora o que passou
A gente ri
A gente chora
E comemora o novo amor

Áudio Roberta Sá e Hamilton de Hollanda


 

Vídeo Roberta Sá e Hamilton de Hollanda

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Flor da Idade



Chico Buarque escreveu Flor da Idade para a trilha do filme Vai Trabalhar Vagabundo!, de Hugo Carvana (1973) e depois a aproveitou para a trilha de sua peça (com Paulo Pontes) Gota d'Água (1975). A gravação apresentada é do disco Chico Buarque & Maria Bethânia, de 1975, e também há um trecho do filme de Carvana; em ambas Chico interpreta a música. Dessa vez o intertexto da letra é com o poema Quadrilha, de Carlos Drummond de Andrade: João amava Teresa que amava Raimundo / que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili / que não amava ninguém... (ouça Drummond aqui).

Flor da Idade
Chico Buarque

A gente faz hora, faz fila na vila do meio-dia
Pra ver Maria
A gente almoça e só se coça e se roça e só se vicia
A porta dela não tem tramela
A janela é sem gelosia
Nem desconfia
Ai, a primeira festa, a primeira fresta, o primeiro amor

Na hora certa, a casa aberta, o pijama aberto, a família
A armadilha
A mesa posta de peixe, deixa um cheirinho da sua filha
Ela vive parada no sucesso do rádio de pilha
Que maravilha
Ai, o primeiro copo, o primeiro corpo, o primeiro amor

Vê passar ela, como dança, balança, avança e recua
A gente sua
A roupa suja da cuja se lava no meio da rua
Despudorada, dada, à danada agrada andar seminua
E continua
Ai, a primeira dama, o primeiro drama, o primeiro amor

Carlos amava Dora que amava Lia que amava Léa que amava Paulo
Que amava Juca que amava Dora que amava
Carlos que amava Dora
Que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava Dito que amava Rita que amava
Carlos amava Dora que amava Pedro que amava tanto que amava
A filha que amava Carlos que amava Dora que amava toda a quadrilha

Áudio Chico Buarque (1975)



Vídeo filme Vai Trabalhar Vagabundo!, canta Chico Buarque (1973)

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2012

Fantasia


Fantasia, de Chico Buarque, foi lançada em seu disco de 1980. Na letra há um intertexto com o poema Autopsicografia, de Fernando Pessoa: O poeta é um fingidor. / Finge tão completamente / Que chega a fingir que é dor / A dor que deveras sente.

Fantasia
Chico Buarque

E se, de repente
A gente não sentisse
A dor que a gente finge
E sente
Se, de repente
A gente distraísse
O ferro do suplício
Ao som de uma canção
Então, eu te convidaria
Pra uma fantasia
Do meu violão

Canta, canta uma esperança
Canta, canta uma alegria
Canta mais
Revirando a noite
Revelando o dia
Noite e dia, noite e dia
Canta a canção do homem
Canta a canção da vida
Canta mais
Trabalhando a terra
Entornando o vinho
Canta, canta, canta, canta
Canta a canção do gozo
Canta a canção da graça
Canta mais
Preparando a tinta
Enfeitando a praça
Canta, canta, canta, canta
Canta a canção de glória
Canta a santa melodia
Canta mais
Revirando a noite
Revelando o dia
Noite e dia, noite e dia

Áudio Chico Buarque

domingo, 19 de fevereiro de 2012

Sem Fantasia


Chico Buarque compôs Sem Fantasia para a sua peça Roda Viva em 1967. A gravação original, dueto com Cristina Buarque, está no seu disco daquele ano, Chico Buarque de Hollanda Volume 3. Apresentamos também a gravação do cantor/compositor em novo dueto, dessa vez com Maria Bethânia, no álbum Chico Buarque & Maria Bethânia Ao Vivo, de 1975.

Sem Fantasia
Chico Buarque

Vem, meu menino vadio
Vem, sem mentir pra você
Vem, mas vem sem fantasia
Que da noite pro dia
Você não vai crescer
Vem, por favor não evites
Meu amor, meus convites
Minha dor, meus apelos
Vou te envolver nos cabelos
Vem perder-te em meus braços
Pelo amor de deus
Vem que eu te quero fraco
Vem que eu te quero tolo
Vem que eu te quero todo meu

Ah, eu quero te dizer
Que o instante de te ver
Custou tanto penar
Não vou me arrepender
Só vim te convencer
Que eu vim pra não morrer
De tanto te esperar
Eu quero te contar
Das chuvas que apanhei
Das noites que varei
No escuro a te buscar
Eu quero te mostrar
As marcas que ganhei
Nas lutas contra o rei
Nas discussões com deus
E agora que cheguei
Eu quero a recompensa
Eu quero a prenda imensa
Dos carinhos teus

Áudio Chico Buarque e Cristina Buarque



Áudio Chico Buarque e Maria Bethânia

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Ilhéu Por Devoção


O ótimo samba exaltação à cidade e personagens ilustres de Floripa intitulado Ilhéu Por Devoção, de Jorge  Coelho, está em seu disco Farol dos Naufragados, de 2003. No final ele cita vários nomes de personalidades daqui, mas essa parte não está no encarte do CD e alguns não consegui compreender, daí os pontos de interrogação na transcrição abaixo. Participam dessa gravação: Jorge Coelho (voz e vilão nylon), Arnou de Mello (contrabaixo), Marco Aurélio (trombone), Luiz Gama Pelé (percussão), Márcio Parucker (percussão), Amarildo (surdo), Carlos Antônio Gerlach (cuíca), Gisele Vianna (vocal) e Maria Helena (vocal).

Ilhéu Por Devoção
Jorge Coelho

Vai alegria, vai colher rimas ao vento
Vem cobrir de verso e prosa
Esta ilha majestosa
A luz do meu encantamento

Teu mar quem temperou
Além do sal trouxe magia
Levando a gente pra sonhar
Num verde azul se renovar
No amanhecer de todo dia

Teu sol, só deus criou
Trazendo um quê de fantasia
É a natureza a cintilar
Nos convidando pra sambar
Como se fosse uma folia

Quero saudar quem fez e faz a cara do lugar
Saul, Zininho, Dete [Piazza] e o Guga
E o Senador [Alcides Ferreira], Miguel, Roberto,
Içuriti, Cacau, Aldírio, Irê, Paru
A Nega Tide e o Franklin
Na Praça Quinze o Miramar me conquistou
De sedução em sedução
Já entreguei meu coração
Eu sou ilhéu por devoção

E a minha saudação também vai para: Valdir Agostinho, Zeca Pires, Neide Mariarrosa, Beto Stodick, Ricardinho Machado, Luiz Henrique Rosa, Mazinho do Trombone, Manoel de Menezes, Marisa Ramos, Tuca e Deto, Neném Alves, Timotinho, ?, ?, ? Cavallazzi, Maestro Hélio Teixeira da Rosa, Adolfo Zigueli, Peninha, o Arantinho, o nosso imortal Rei Momo Lagartixa, Walter Amadei, Dona Didi a eterna rainha do samba, Pedrinho do Pandeiro, Fenelon Damiani o dono da voz, e tantos outros ilhéus que esta terra há de abençoar.

Áudio Jorge Coelho e demais músicos (também aqui)

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

La Belle de Jour


La Belle de Jour, de Alceu Valença, está em seu álbum 7 Desejos, lançado em 1992.

La Belle de Jour
Alceu Valença

Eu lembro da moça bonita
Da praia de Boa Viagem
A moça no meio da tarde
De um domingo azul
Azul, era Belle de Jour
Era a bela da tarde
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour

La Belle de Jour
Era a moça mais linda de toda a cidade
E foi justamente pra ela
Que eu escrevi o meu primeiro blues
Mas Belle de Jour, no azul viajava
Seus olhos azuis como a tarde
Na tarde de um domingo azul
La Belle de Jour

Áudio Alceu Valença

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Anunciação


Anunciação, de Alceu Valença, foi gravada originalmente em seu disco Anjo Avesso, de 1982.

Anunciação
Alceu Valença

Na bruma leve das paixões que vêm de dentro
Tu vens chegando pra brincar no meu quintal
No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal

Tu vens, tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo sussurrou no meu ouvido
E eu não duvido já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais

Áudio Alceu Valença

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012

Tropicana


Alceu Valença lançou Tropicana, sua e de Vicente Barreto no álbum Cavalo de Pau, de 1982.

Tropicana
Alceu Valença e Vicente Barreto

Da manga rosa quero o gosto e o sumo
Melão maduro sapoti juá
Jabuticaba teu olhar noturno
Beijo travoso de umbu-cajá
Pela macia ai carne de caju
Saliva doce doce mel mel de uruçu
Linda morena fruta de vez temporana
Caldo de cana-caiana
Vem me desfrutar

Morena tropicana
Eu quero teu sabor

Áudio Alceu Valença


terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Sintonia


No seu disco Mestiço é Isso, de 1987, Moraes Moreira gravou a música Sintonia, dele, Fred Góes e Zeca Barreto.

Sintonia
Moraes Moreira, Fred Góes e Zeca Barreto

Escute essa canção
Que é pra tocar no rádio
No rádio do seu coração
Você me sintoniza
E a gente então se liga
Nessa estação

Aumenta o seu volume
Que o ciúme
Não tem remédio
Não tem remédio
Não tem remédio não

E agora assim aqui pra nós
Pelo meu nome não me chama
Você é quem conhece mais
A voz do homem
Que te ama

Deixa eu penetrar
Na tua onda
Deixa eu me deitar
Na tua praia
Que é nesse vai e vem
Nesse vai e vem
Que a gente se dá bem
Que a gente se atrapalha

Áudio Moraes Moreira

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2012

Coisa Acesa


Moraes Moreira lançou Coisa Acesa, dele e Fausto Nilo, em seu disco homônimo, de 1982.

Coisa Acesa
Moraes Moreira e Fausto Nilo

Atravessei os sete mares
E por todos os lugares
Por onde andei você me dava vida

Foi uma dádiva da natureza
Essa coisa acesa
Que hoje vejo em ti

Não acredito nem que o mundo chora
Foi bonito agora
Vi você sorrir

Chega nego, nego, nego, nego
nego, nego, para
Chega nego, nego, nego, nego
Teu chamego para mim

Tudo que me dá sossego é assim
Chega nego, nego, nego
Vem pra mim

Áudio Moraes Moreira

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Acabou Chorare


Homenagem a João Gilberto, Acabou Chorare, de Moraes Moreira e Luís Galvão, foi lançada no ótimo disco homônimo dos Novos Baianos, de 1972. Com Moraes Moreira (voz, violão e arranjo) e Pepeu Gomes (craviola e arranjo).

Acabou Chorare
Moraes Moreira e Luís Galvão

Acabou chorare, ficou tudo lindo
De manhã cedinho, tudo cá cá cá, na fé fé fé
No bu bu li li, no bu bu li lindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo
No bu bu bolindo

Talvez pelo buraquinho, invadiu-me a casa, me acordou na cama
Tomou o meu coração e sentou na minha mão

Abelha, abelhinha...

Acabou chorare, faz zunzum pra eu ver, faz zunzum pra mim

Abelho, abelhinho escondido faz bonito, faz zunzum e mel
Faz zum zum e mel
Faz zum zum e mel

Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente
Inda de lambuja tem o carneirinho, presente na boca
Acordando toda gente, tão suave mé, que suavemente

Abelha, carneirinho...

Acabou chorare no meio do mundo
Respirei eu fundo, foi-se tudo pra escanteio
Vi o sapo na lagoa, entre nessa que é boa

Fiz zunzum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum e pronto
Fiz zum zum

Áudio Novos Baianos


sábado, 11 de fevereiro de 2012

O Mal É o Que Sai da Boca do Homem


O então casal Baby Consulo (atualmente Baby do Brasil) e Pepeu Gomes lançou a irrevente música O Mal É o Que Sai da Boca do Homem, deles e Luís Galvão, em 1980.

O Mal É o Que Sai da Boca do Homem
Pepeu Gomes, Baby Consuelo e Luís Galvão

Você pode fumar baseado
Baseado em que você pode fazer quase tudo
Contanto que você possua
Mas não seja possuído

Porque o mal nunca entrou pela boca
Do homem
Porque o mal é o que sai da boca
Do homem

Você pode comer baseado
Baseado em que você pode comer quase tudo
Contanto que deixe um pouquinho
Um pouquinho de fome

Você pode beber baseado
Baseado em que você pode beber quase tudo
Contanto que deixe um pouquinho
Um pouquinho pro santo

Áudio Baby Consuelo e Pepeu Gomes (também aqui)

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

Eu Também Quero Beijar


Eu Também Quero Beijar, de Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Fausto Nilo, é a música de abertura do disco Pepeu Gomes, de 1981. Participam: Pepeu Gomes (guitarra, bandolim), Luciano Alves (teclados), Jorginho Gomes (bateria), Didi Gomes (baixo) e Charles Negrita (percussão).

Eu Também Quero Beijar
Moraes Moreira, Pepeu Gomes e Fausto Nilo

A flor do desejo
E do maracujá
Eu também quero beijar

Haja fogo, haja guerra,
Haja guerra que há
Eu também quero beijar

Do farol da barra
Ao jardim de alá
Eu também quero beijar

Da pele morena
Daquela acolá
Eu também quero beijar

Beijo a flor
Mas a flor que eu desejo
Eu não posso beijar
Ai amor
Haja fogo, haja guerra,
Haja guerra que há

Teu cheiro

É o marinheiro do barco fantasma que vai me levar
Mundo inteiro
Haja fogo, haja guerra,
Haja guerra que há

Festejo

Áudio Pepeu Gomes e demais músicos

quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Fogo e Paixão


O hit Fogo e Paixão, de Rose, foi lançado por Wando em seu disco Vulgar e Comum É Não Morrer de Amor, de 1985.

Fogo e Paixão
Rose

Você é luz
É raio, estrela e luar
Manhã de sol
Meu iaiá, meu ioiô
Você é "sim"
E nunca meu "não"
Quando tão louca
Me beija na boca
Me ama no chão

Me suja de carmim
Me põe na boca o mel
Louca de amor
Me chama de céu
Oh! Oh! Oh! Oh! Oh!
E quando sai de mim
Leva meu coração
Você é fogo
Eu sou paixão

Áudio Wando

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Moça


Moça foi lançada no LP de 1975 do cantor e compositor Wando.

Moça
Wando

Moça, me espere amanhã
Levo o meu coração pronto pra te entregar
Moça, moça eu te prometo
Eu me viro do avesso, só pra te abraçar

Moça, sei que já não é pura
Teu passado é tão forte, pode até machucar
Moça, dobre as mangas do tempo
Jogue teu sentimento todo em minhas mãos

Eu quero me embolar nos teus cabelos
Abraçar teu corpo inteiro
Morrer de amor, de amor me perder

Vídeo Wando

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Complexo de Épico


Música de seu álbum Todos os Olhos, de 1973, Complexo de Épico é mais uma música crítica e arrebatadora de Tom Zé, já pelos versos iniciais que apresentam seu ponto de vista - e escuta - a respeito do compositor brasileiro, além da própria estrutura da música, com pouca melodia, mas muito rítmica e percusiva, o que também é realça e/ou é realçado pela maneira de cantar do cantor e a repetição dos versos do refrão.  


Complexo de Épico
Tom Zé

Todo compositor brasileiro
É um complexado

Por que então esta mania danada,
Esta preocupação
De falar tão sério,
De parecer tão sério
De ser tão sério
De sorrir tão sério
De chorar tão sério
De brincar tão sério
De amar tão sério?

Ah, meu deus do céu,
vai ser sério assim no inferno!

Por que então esta metáfora-coringa
Chamada "válida",
Que não lhe sai da boca,
Como se algum pesadelo
Estivesse ameaçando
Os nossos compassos
Com cadeiras de roda, roda, roda, roda?

E por que então esta vontade
De parecer herói
Ou professor universitário
(Aquela tal classe
Que, ou passa a aprender com os alunos
- Quer dizer, com a rua -
Ou não vai sobreviver)?

Porque a cobra
Já começou
A comer a si mesma pela cauda,
Sendo ao mesmo tempo
A fome e a comida

Áudio Tom Zé

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Eu Também Vou Reclamar


Lançada em 1976 no disco Há Dez Mil Anos Atrás, Eu Também Vou Reclamar, de Raul Seixas e Paulo Coelho, é um manifesto cheio de sátira com relação aos hits da época moldados em cima da mesma fórmula, dentre elas as reclamações nas letras. Os compositores não perdoam ninguém. Vale a pena prestar atenção às citações de letras de outras músicas da época, como Apenas um Rapaz Latino-Americano, de Belchior, e Nuvem Passageira, de Hermes Aquino. 

Eu Também Vou Reclamar
Raul Seixas e Paulo Coelho

Mas é que se agora
Pra fazer sucesso
Pra vender disco
De protesto
Todo mundo tem
Que reclamar

Eu vou tirar
Meu pé da estrada
E vou entrar também
Nessa jogada
E vamos ver agora
Quem é que vai guentar

Porque eu fui o primeiro
E já passou tanto janeiro
Mas se todos gostam
Eu vou voltar

Tô trancado aqui no quarto
De pijama porque tem
Visita estranha na sala
Aí eu pego e passo
A vista no jornal

Um piloto rouba um "mig"
Gelo em Marte, diz a Viking
Mas no entanto
Não há galinha em meu quintal
Compro móveis estofados
Me aposento com saúde
Pela assistência social

Dois problemas se misturam
A verdade do universo
A prestação que vai vencer
Entro com a garrafa
De bebida enrustida
Porque minha mulher
Não pode ver

Ligo o rádio
E ouço um chato
Que me grita nos ouvidos
Pare o mundo
Que eu quero descer

Olhos os livros
Na minha estante
Que nada dizem
De importante
Servem só prá quem
Não sabe ler

E a empregada
Me bate à porta
Me explicando
Que tá toda torta
E já que não sabe
O que vai dá prá mim comer

Falam em nuvens passageiras
Mandam ver qualquer besteira
E eu não tenho nada
Prá escolher

Apesar dessa voz chata
E renitente
Eu não tô aqui
Prá me queixar
E nem sou apenas o cantor

Que eu já passei
Por Elvis Presley
Imitei Mr. Bob Dylan, you know...
Eu já cansei de ver
O sol se pôr

Agora eu sou apenas
Um latino-americano
Que não tem cheiro
Nem sabor

E as perguntas continuam
Sempre as mesmas
Quem eu sou?
Da onde venho?
E aonde vou, dá?

E todo mundo explica tudo
Como a luz acende
Como um avião pode voar
Ao meu lado um dicionário
Cheio de palavras
Que eu sei que nunca vou usar

Mas agora eu também resolvi
Dar uma queixadinha
Porque eu sou um rapaz
Latino-americano
Que também sabe
Se lamentar

E sendo nuvem passageira
Não me leva nem à beira
Disso tudo
Que eu quero chegar
-E fim de papo!

Vídeo Raul Seixas

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Obrigado Não


Obrigado Não, rock crítico de Rita Lee e Roberto de Carvalho, foi lançado no disco Santa Rita de Sampa, em 1997. Participam: Jimmy Johnson (baixo elétrico), Luiz Conte (percussão), Roberto de Carvalho (guitarras, órgão, vocal e arranjo), Tim Pierce (guitarra), Vinnie Colaiuta (bateria). O clip da música também é ótimo!

Obrigado Não
Rita Lee e Roberto de Carvalho

Quanto mais proibido
Mas faz sentido a contravenção
Legalize o que não é crime
Recrimine a falta de educação
Gravidez versus aborto
Quem quer nascer no Mar Morto
Quem quer morrer antes da concepção

Obrigado não
Obrigado não
Obrigado não
Obrigado não

Separe o joio do trigo
O Maquiavel do seu amigo
Casamento gay além de opção
É controle de população
Foi-se a ditadura militar
Foice e martelo não vão mais vingar
Servir exército só se for da salvação

Tchu ru ru Tchu tchu ru tchu

Diga não às drogas, mas seja educado: Diga não, obrigado
Por que whisky sim, por que cannabis não?
Cuidado com a polícia, cuidado com o ladrão
Não seja condenado a votar em canastrão

Vídeo Rita Lee, Roberto de Carvalho (e Beto Lee)

sábado, 4 de fevereiro de 2012

Só de Você


De Roberto de Carvalho e Rita Lee, Só de Você está no disco deles de 1982. Com uma orquestra de corda, essa música tem a participação de integrantes do Roupa Nova, além de Cesar Camargo Mariano.

Só de Você
Roberto de Carvalho e Rita Lee

Será que a gente ainda será
A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Meio demodée pra hoje em dia
Antigamente, tudo era bem mais chique

Porque a gente nem sabe por quê
Mas acontece que eu nasci pra ser só de você
É claro que a sorte também ajudou
Ultimamente, um romance dura pouco

Cola, seu rosto no meu rosto
Enrola, seu corpo no meu corpo
Agora, está na hora de dançar…

Será que a gente ainda será
A velha estória de amor que sempre acaba bem, meu bem
Um tanto quanto demodée pra hoje em dia
Antigamente, tudo era bem mais chique

Áudio Rita Lee e demais músicos

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Desenho de Giz


Desenho de Giz, de João Bosco e Abel Silva, foi gravada por João no seu disco Ai Ai Ai de Mim, de 1986. Além da voz e do violão do mineiro de Ponte Nova, participam Eduardo Del Barrio (DX-7 e JX-8P) e Nico Assumpção (contrabaixo). É uma das minhas favoritas dos seus shows, como pode ser conferido no vídeo também postado.

Desenho de Giz
João Bosco e Abel Silva

Quem quer viver um amor
Mas não quer suas marcas
Qualquer cicatriz

Ah, ilusão, o amor
Não é risco na areia
Desenho de giz

Eu sei que vocês vão dizer
A questão é querer
Desejar, decidir

Aí, diz o meu coração
Que prazer tem bater
Se ela não vai ouvir

Aí minha boca me diz
Que prazer tem sorrir
Se ela não me sorrir também

Quem pode querer ser feliz
Se não for por um bem
De amor

Cantar, mas me digam pra quê
E o que vou sonhar
Só querendo escapar à dor

Quem pode querer ser feliz
Se não for por amor

Áudio João Bosco e demais músicos



Vídeo João Bosco

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Jura Secreta


Clássico da música popular basileira, Jura Secreta, de Sueli Costa e Abel Silva, interpretada aqui por Simone, com Gilson Peranzzetta (piano elétrico) e Zé Roberto (Moog Arp), no álbum da Cigarra intitulado Face a Face, de 1977. Também é postado um vídeo com a cantora.

Jura Secreta
Sueli Costa e Abel Silva

Só uma coisa me entristece
O beijo de amor que não roubei
A jura secreta que não fiz
A briga de amor que não causei

Nada do que posso me alucina
Tanto quanto o que não fiz
Nada que eu quero me suprime
De que por não saber ainda não quis

Só uma palavra me devora
Aquela que meu coração não diz
Só o que me cega, o que me faz infeliz
É o brilho do olhar que não sofri

Áudio e vídeo Simone e demais músicos




quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Voz e Suor


Faixa-título do excelente LP de Nana Caymmi e Cesar Camargo Mariano de 1983, Voz e Suor é uma parceria de Sueli Costa e Abel Silva.

Voz e Suor
Sueli Costa e Abel Silva

Guarda de mim
O que for o melhor
Os meus sonhos, os delírios
A voz e o suor
Pois sempre na vida
Chega o momento em que
Se desatam os nós
É a vida que afasta
Apaga ou faz brilhar
A chama no peito dos homens

Mas nunca a minha garganta
Dirá meu amor
Nunca mais

Esqueça o que for
Pequenino e vulgar
Aquela palavra
Ferina e mordaz
Esqueça o gesto da hora infeliz
O meu coração sempre soube
O que quis

Áudio Nana Caymmi e Cesar Camargo Mariano