quinta-feira, 30 de junho de 2011
O Circo (Onze e Meia)
Estava assistindo a uma ótima entrevista com Antonio Cicero no YouTube (ver aqui), quando ele comenta sobre o título de seu livro de ensaios Finalidades Sem Fim (2005), inspirado no filósofo Immanuel Kant, uma interessante discussão sobre as finalidades do poema. A entrevistadora, Bia Corrêa do Lago, se lembra então que esse título já havia aparecido nos versos do poema Onze e Meia, publicado em outro livro Cicero, este de poemas, intitulado Guardar, de 1996 (o poeta também lê o poema Guardar na entrevista). Ao ouvir a leitura de Onze e Meia, me lembrei que Maria Bethânia, no seu disco Âmbar (1996), gravou a canção O Circo, que nada mais é do que o referido poema musicado por Orlando Moraes.
O Circo (Onze e Meia)
Orlando Morais e Antonio Cicero
Quando a noite vem
Um verão assim
Abrem-se cortinas, varandas, janelas
Prazeres, jardins
Onze e meia alguém
Concentrado em mim
No espelho castanho dos olhos
Vê finalidades sem fins
Não lhe mostro todos os bichos
Que tenho de uma vez
Armo o circo com não mais
Do que uns cinco ou seis
Leão, camelo, garoto, acrobata
E não há luar
E os deuses gostam de se disfarçar
Áudio Maria Bethânia
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Charme do Mundo
Charme do Mundo
Marina Lima e Antonio Cicero
Eu tenho febre, eu sei
Fogo leve que eu peguei
Do mar, ou de amar, não sei
Deve ser da idade
Acho que o mundo faz charme
E que ele sabe como encantar
Por isso sou levada e vou
Nessa magia de verdade
O fato é que sou sua amiga
Ele me intriga demais
É um mundo tão novo
Que mundo mais louco
Até mais que eu
É febre, é amor
E eu quero mais
Tudo o que quero
Sério
É todo esse mistério
Áudio Marina
quarta-feira, 29 de junho de 2011
Cicero e Marina - Veneno (Veleno)
Me lembro que meus primos tinham acabado de comprar o LP Fullgás (1984) da Marina, hoje mais conhecida como Marina Lima. Aí eles colocaram pra gente ouvir uma faixa em que tinha um homem declamando um poema: A minha vida tem um garoto chamado Cicero / Ele é a cobra do meu paraíso... Depois entrava a voz da Marina: A minha vida tem uma menina chamada Marina / Ela é a cobra do meu paraíso... E logo em seguida iniciava a música Veneno, grande hit dos anos 80. "Uau", minha irmã exclamou, e a gente foi logo gravando uma fita cassete pra levar pra casa. Somente anos mais tarde é que descobri que a voz do homem é do poeta, letrista e filósofo Antonio Cicero, irmão de Marina e autor do poema. Já a composição Veneno é mais uma versão do Nelson Motta.
Cicero e Marina (A José lbsen)
Antonio Cicero
A minha vida tem um garoto chamado Cicero
Ele é a cobra do meu paraíso
Ele é a dobra do meu paraíso
Ele é a sobra do meu paraíso
Ele é a sombra do meu paraíso
Ele é a cobra
Ele é a cobra
Ele é a cobra
A minha vida tem uma menina chamada Marina
Ela é a cobra do meu paraíso
Ela é a dobra do meu paraíso
Ela é a sobra do meu paraíso
Ela é a sombra do meu paraíso
Ela é a cobra
Ela é a cobra
Ela é a cobra
Áudio Antonio Cicero e Marina (também aqui)
Veneno (Veleno)
Polacci - versão: Nelson Motta
Veneno
Não me beije que eu tenho veneno
É meu preço não faço por menos
Mas depois te amarei
Veneno
Esta vida é tão pouca e pequena
Nestes lábios tem todo o veneno
Que você ama e quer
Todos os sentidos, cada gota
D'água, nesses mares de prazer
Veneno
Cor-de-rosa suave e moreno
Nestes seios tem todo o veneno
Que você chama amor
Áudio Marina Lima
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Bem Que Se Quis (E Po' Che Fa')
Ouvia direto! hehehe
Bem Que Se Quis (E Po' Che Fa')
Pino Daniele - versão: Nelson Motta
Bem que se quis
Depois de tudo
Ainda ser feliz
Mas já não há
Caminhos pra voltar
E o que que a vida fez
Da nossa vida?
O que que a gente
Não faz por amor?...
Mas tanto faz!
Já me esqueci
De te esquecer
Porque
O teu desejo
É meu melhor prazer
E o meu destino
É querer sempre mais
A minha estrada corre
Pro seu mar...
Agora vem pra perto, vem
Vem depressa, vem sem fim
Dentro de mim
Que eu quero sentir
O teu corpo pesando
Sobre o meu
Vem meu amor, vem pra mim
Me abraça devagar
Me beija e me faz esquecer...
Bem que se quis!...
Vídeos Marisa Monte
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domingo, 26 de junho de 2011
A História de Lily Braun
Enfim, a outra música que cantarei no coro da apresentação do sarau Chico Paratodos desta semana (ver release acima) é A História de Lily Braun, de Edu Lobo e Chico Buarque, lançada no disco O Grande Circo Místico (1983), com a trilha do balé homônimo, e interpretada por Gal Costa, cujo áudio foi postado aqui, juntamente com o vídeo de Leila Pinheiro, Victor Biglione e Bruce Henry; o vídeo de Chico Buarque no DVD Carioca Ao Vivo (2007) e o áudio de Maria Gadú em seu disco de estreia de 2009.
A História de Lily Braun
Edu Lobo e Chico Buarque
Como num romance
O homem dos meus sonhos
Me apareceu no dancing
Era mais um
Só que num relance
Os seus olhos me chuparam
Feito um zoom
Ele me comia
Com aqueles olhos
De comer fotografia
Eu disse cheese
E de close em close
Fui perdendo a pose
E até sorri, feliz
E voltou
Me ofereceu um drinque
Me chamou de anjo azul
Minha visão
Foi desde então ficando flou
Como no cinema
Me mandava às vezes
Uma rosa e um poema
Foco de luz
Eu, feito uma gema
Me desmilinguindo toda
Ao som do blues
Abusou do scotch
Disse que meu corpo
Era só dele aquela noite
Eu disse please
Xale no decote
Disparei com as faces
Rubras e febris
E voltou
No derradeiro show
Com dez poemas e um buquê
Eu disse adeus
Já vou com os meus
Numa turnê
Como amar esposa
Disse ele que agora
Só me amava como esposa
Não como star
Me amassou as rosas
Me queimou as fotos
Me beijou no altar
Nunca mais romance
Nunca mais cinema
Nunca mais drinque no dancing
Nunca mais cheese
Nunca uma espelunca
Uma rosa nunca
Nunca mais feliz
Áudio Gal Costa
Vídeo Leila Pinheiro, Victor Biglione e Bruce Henry
Vídeo Chico Buarque
Áudio Maria Gadú
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Até o Fim
Até o Fim, do disco Chico Buarque de 1978, é um dos números mais divertidos da apresentação do sarau Chico Paratodos desta semana (ver release acima). Enquanto uma solista canta o primeiro verso, o coro, do qual faço parte, canta o seguinte, todos terminados em -im, com uma coreografia cuja intenção é irritar a solista. Vale lembrar também o intertexto da letra com o Poema de Sete Faces, de Carlos Drummond de Andrade (ver a íntegra do poema nos comentários): Quando nasci, um anjo torto / desses que vivem na sombra / disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.
Até o Fim
Chico Buarque
Quando nasci veio um anjo safado
O chato dum querubim
E decretou que eu tava predestinado
A ser errado assim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
Inda garoto deixei de ir à escola
Cassaram meu boletim
Não sou ladrão, eu não sou bom de bola
Nem posso ouvir clarim
Um bom futuro é o que jamais me esperou
Mas vou até o fim
Eu bem que tenho ensaiado um progresso
Virei cantor de festim
Mamãe contou que eu faço um bruto sucesso
Em Quixeramobim
Não sei como o maracatu começou
Mas vou até o fim
Por conta de umas questões paralelas
Quebraram meu bandolim
Não querem mais ouvir as minhas mazelas
E a minha voz chinfrim
Criei barriga, minha mula empacou
Mas vou até o fim
Não tem cigarro, acabou minha renda
Deu praga no meu capim
Minha mulher fugiu com o dono da venda
O que será de mim?
Eu já nem lembro pronde mesmo que vou
Mas vou até o fim
Como já disse era um anjo safado
O chato dum querubim
Que decretou que eu tava predestinado
A ser todo ruim
Já de saída a minha estrada entortou
Mas vou até o fim
Áudio Chico Buarque (também aqui)
Vídeo Chico Buarque e Ney Matogrosso
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Cotidiano
No sarau Chico Paratodos desta semana (release acima) também participo no coro de Cotidiano, música do disco Construção, de 1971. Há duas grandes dificuldades com ela: entrar na hora certa e ter fôlego para cantar toda a letra, principalmente na segunda vez, pois as estrofes são cantadas imediatamente uma depois da outra! Peraí que vou ensaiar um pouquim!
Cotidiano
Chico Buarque
Todo dia ela faz tudo sempre igual
Me sacode às seis horas da manhã
Me sorri um sorriso pontual
E me beija com a boca de hortelã
Todo dia ela diz que é pra eu me cuidar
E essas coisas que diz toda mulher
Diz que está me esperando pro jantar
E me beija com a boca de café
Todo dia eu só penso em poder parar
Meio dia eu só penso em dizer não
Depois penso na vida pra levar
E me calo com a boca de feijão
Seis da tarde como era de se esperar
Ela pega e me espera no portão
Diz que está muito louca pra beijar
E me beija com a boca de paixão
Toda noite ela diz pra eu não me afastar
Meia-noite ela jura eterno amor
E me aperta pra eu quase sufocar
E me morde com a boca de pavor
Áudio Chico Buarque (1971)
Vídeo Chico Buarque (1984 e 1999)
A Rita
Esta semana terá o sarau Chico Paratodos, atividade de conclusão de uma disciplina optativa do curso de graduação em Letras da UFSC (ver release acima). Participarei como integrante do coral em algumas músicas, dentre elas A Rita, composição do primeiro álbum do Chico, lançado em 1966. Nas próximas postagens apresentarei outras músicas que fazem parte do sarau.
A Rita
Chico Buarque
A Rita levou meu sorriso
No sorriso dela
Meu assunto
Levou junto com ela
E o que me é de direito
Arrancou-me do peito
E tem mais
Levou seu retrato, seu trapo, seu prato
Que papel!
Uma imagem de São Francisco
E um bom disco de Noel
A Rita matou nosso amor
De vingança
Nem herança deixou
Não levou um tostão
Porque não tinha não
Mas causou perdas e danos
Levou os meus planos
Meu pobres enganos
Os meus vinte anos
O meu coração
E além de tudo
Me deixou mudo
Um violão
Áudio Chico Buarque (também aqui)
Vídeo Chico Buarque
sábado, 25 de junho de 2011
Românticos
Românticos
Vander Lee
Românticos são poucos
Românticos são loucos desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro é o paraíso
Românticos são lindos
Românticos são limpos e pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha e sem juízo
São tipos populares que vivem pelos bares
E mesmo certos vão pedir perdão
E passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo de outra desilusão
Romântico é uma espécie em extinção
Áudio Rita Ribeiro
A Outra Volta do Parafuso
A Outra Volta do Parafuso
Paulinho Moska
Naquele dia senti
Que, finalmente,
Tua máscara ia cair
Definitivamente
Eu estava cansado
De te ouvir mentir
Meu corpo doía de um lado
Minha alma fervia do outro
De novo no mesmo lugar
E eu não queria estar ali
Tenho certeza que tu és o castelo
Onde o meu desejo mora
Mas me machuquei
Quando me aproximei
De tuas paredes de pedra
E tudo que sonhei
Me incomoda agora
Seja qual for o dia
Seja qual for a hora
Antes de pensar em me procurar
Me apague da tua memória
Porque já tranquei as portas
E escondi as chaves
Só não vi de que lado fiquei
De dentro, ou por fora, nem sei
Você me dói agudo e isso é grave,
Grave
Antes de te reencontrar
Sei que preciso voltar
A ser alguém
Alguém que saiba, pelo menos
Tudo aquilo que não quer
Alguém que tente
Atravessar o túnel no final da luz
Pois fiquei cego, surdo e mudo
E agora quero me esquecer de tudo
Pra descobrir enfim o que sobrou de mim
Que ainda me seduz
Se por acaso pensas que
Eu vou me perder por aí
Ainda vou gritar no teu ouvido
Que a vida é um parafuso sem fim
Que a cada volta
Aperta mais
E nunca afrouxa
Para trás
Só então saberás que
Desde o início eu já era assim
Porque já tranquei as portas...
Áudio Paulinho Moska
Admito Que Perdi
Admito Que Perdi
Paulinho Moska
Se você não suporta mais tanta realidade
Se tudo tanto faz, nada tem finalidade
Então pra que viver comigo?
Eu não vou ficar pra ver nossa ponte incendiada
Nossa igreja destruída, nossa estrada rachada
Pela grande explosão que pode acontecer no nosso abrigo
Olhei pro amanhã e não gostei do que vi
Sonhos são como deuses
Quando não se acredita neles, deixam de existir
Lutei por sua alma, mas admito que perdi
E agora vou me perder nesse planeta conhecido
Intuir novos mistérios que ficaram escondidos
Naquelas palavras marcadas na sua carta de adeus
Olhei pro amanhã e não gostei do que vi...
Áudio Paulinho Moska
Áudio Marina Lima
sexta-feira, 24 de junho de 2011
Sonho de Papel - Fogueira do Meu Coração
Sonho de Papel é uma marcha do compositor, violonista, cantor e... médico com especialização em homeopatia, o carioca Alberto Ribeiro, e foi interpretada por Carmen Miranda em 1935, gravação apresentada nesta postagem. O refrão da música, apesar de toda a campanha preventiva de incêndios provados por balões, continua peça obrigatória das festas juninas, praticamente uma composição "pública", uma vez que poucos conhecem sua autoria.
Sonho de Papel
Alberto Ribeiro
E o balão vai subindo, vem caindo a garoa
O céu é tão lindo e a noite é tão boa
São João, São João!
Acende a fogueira no meu coração!
Sonho de papel a girar na imensidão
Soltei em seu louvor, um sonho multicor
Oh, meu São João!
Meu balão azul foi subindo devagar
E o vento que soprou meu sonho carregou
Não vai mais voltar!
Áudio Carmen Miranda
E mais: no lado B do disco 78rpm com Sonho de Papel há o obscuro samba intitulado Fogueira do Meu Coração, de Mário Travassos de Araújo e Luis Antônio Pimentel, cuja letra e áudio são apresentados a seguir. A interpretação também é da pequena notável.
Fogueira do Meu Coração
Mário Travassos de Araújo e Luis Antônio Pimentel
Na festa do meu destino
Entre fogos, fogueira e balão
Teu amor é um travesso menino
Que pula a fogueira do meu coração
Subindo pro céu da ilusão
Do bairro da felicidade
Meu amor foi um lindo balão
Que subiu e fugiu deixando saudade
Vou pedir numa oração ao meu São João
Que me dê bem direitinho meu balão
E apague a tal fogueira que há no meu coração
E apague a tal fogueira que há no meu coração
Áudio Carmen Miranda (também aqui)
Noite de São João
São João da Cidade ao Campo, por Assis Costa
Noite de São João
Pery Souza e Kledir Ramil
Era noite de São João
E eu saia com meu irmão
De bigode de rolha
E chapéu novo em folha
Brim coringa e alpargata
Toda noite de São João
Eu sonhava em pegar da mão
De uma prenda bonita
De vestido de chita
E Maria Chiquinha
Soltando foguete (tchê)
Pulando fogueira (há)
Era noite de São João
Toda noite de São João
A quermesse era um festão
Bandeirinhas no arame
De papel celofane
Pau de sebo e de fita
Era noite de São João
E depois de comer pinhão
Vinha pé-de-moleque
Puxa-puxa e um pileque
De caninha ou de quentão
Soltando foguete...
Era noite de São João
Cordeona com violão
Esquentavam as moça
E eu nesse bate-coxa
Não podia me segurar
Toda noite de São João
Eu voava que nem balão
Namorava as estrelas
Que são primas terceiras
E afilhadas de São João
Soltando foguete...
Áudio Kleiton & Kledir (também aqui)
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quinta-feira, 23 de junho de 2011
Nem Pensar
Nem Pensar
Kleiton Ramil e Kledir Ramil
Eu hein?
Nem pensar
Toda vez,
Nem pensar
Enrolou,
Foi demais
Pega leve,
Baby
Eu hein?
Nem pensar
Outra vez
Nem pensar
Já sartei,
Foi demais
Dá um tempo
Pra mim
Deixa assim
Mal ou bem, bem ou mal
Conjunção Sol e Sol
É fogo
Baby
E aí
Se rolar
É sinal que valeu
Que o destino escreveu
A vida
Baby
Eu hein?
Nem pensar
Outra vez
Nem pensar
Baby
Se rolar
Já pensou?
Nem pensar
Áudio Kleiton & Kledir (part. Mônica Torres)
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Fonte da Saudade
Fonte da Saudade
Kledir Ramil
Esse quarto é bem pequeno
Pra te suportar
Muito amor, muito veneno
Pra pouco lugar
O teu corpo é uma serpente
A me provocar
E teu beijo, a aguardente
A me embriagar...
Essa boca muito louca
Pode me matar
Se isso é coisa do demônio
Eu quero pecar
Fecha a luz, apaga a porta
Vem me carinhar
Diz aí prá minha tia
Que eu fui viajar...
Diz que fui
Pra Nova Iorque
Ou pra Bagdá
E que isso não é hora
De telefonar
Eu já sei que qualquer dia
Tudo vai dançar
Mas a fonte da saudade
Nem o tempo vai secar...
Áudio Kleiton & Kledir
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quarta-feira, 22 de junho de 2011
Paixão
Paixão
Kledir Ramil
Amo tua voz e tua cor
E teu jeito de fazer amor
Revirando os olhos e o tapete
Suspirando em falsete
Coisas que eu nem sei contar...
Ser feliz é tudo que se quer
Ah! Esse maldito fecheclair
De repente
A gente rasga a roupa
E uma febre muito louca
Faz o corpo arrepiar...
Depois do terceiro
Ou quarto copo
Tudo que vier eu topo
Tudo que vier, vem bem
Quando bebo perco o juízo
Não me responsabilizo
Nem por mim
Nem por ninguém...
Não quero ficar na tua vida
Como uma paixão mal resolvida
Dessas que a gente tem ciúme
E se encharca de perfume
Faz que tenta se matar...
Vou ficar até o fim do dia
Decorando tua geografia
E essa aventura
Em carne e osso
Deixa marcas no pescoço
Faz a gente levitar...
Tens um não sei que
De paraíso
E o corpo mais preciso
Que o mais lindo dos mortais
Tens uma beleza infinita
E a boca mais bonita
Que a minha já tocou...
Áudio Kleiton & Kledir
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terça-feira, 21 de junho de 2011
Inverno
Inverno
Adriana Calcanhotto e Antonio Cicero
No dia em que fui mais feliz
Eu vi um avião
Se espelhar no seu olhar até sumir
De lá pra cá não sei
Caminho ao longo do canal
Faço longas cartas pra ninguém
E o inverno no Leblon é quase glacial
Há algo que jamais se esclareceu
Onde foi exatamente que larguei
Naquele dia mesmo
O leão que sempre cavalguei
Lá mesmo esqueci que o destino
Sempre me quis só
No deserto sem saudade, sem remorso só
Sem amarras, barco embriagado ao mar
Não sei o que em mim
Só quer me lembrar
Que um dia o céu reuniu-se à terra um instante por nós dois
Pouco antes de o ocidente se assombrar
Áudio Adriana Calcanhotto
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segunda-feira, 20 de junho de 2011
Viagem
Viagem
João de Aquino e Paulo César Pinheiro
Oh! triteza me desculpe,
Estou de malas prontas,
Hoje, a poesia veio ao meu encontro
Já raiou o dia, vamos viajar
Vamos indo de carona,
Na garupa leve, de um vento macio,
Que vem caminhando,
Desde muito longe,
Lá do fim do mar
Vamos visitar a estrela,
Da manhã raiada,
Que pensei perdida,
Pela madrugada,
Mas que vai escondida,
Querendo brincar
Senta nessa nuvem clara
Minha poesia, anda, se prepara
Traz uma cantiga
Vamos espalhando música no ar
Olha quantas aves brancas,
Minha poesia, dançam nossa valsa,
Pelo céu, que o dia,
Fez todo bordado de raios de sol
Oh! poesia, me ajude,
Vou colher avencas, lírios, rosas, dálias,
Pelos campos verdes, que você batiza,
De jardins do céu
Mas, pode ficar tranquila,
Minha poesia, pois nós voltaremos,
Numa estrela guia, num clarão de lua,
Quando serenar
Ou talvez, até quem sabe,
Nós só voltaremos, num cavalo baio,
No alazão da noite, cujo nome é raio,
Raio de luar
Áudio Marisa Gata Mansa
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Paulo César Pinheiro
Encanteria
A história de Gloria Bomfim é superinteressante. Certo dia, cozinhando na casa de seus patrões, Gloria cantarolava uma música, quando a patroa a interrompeu: "Para de puxar o saco do patrão!" Aturdida, a cozinheira não entendeu nada, e a patroa, Luciana Rabello, explicou que a música que ela cantava chamava-se Viagem e era uma composição de seu patrão, Paulo César Pinheiro, com João de Aquino. Gloria, espantada, nem sequer imaginava que alguém pudesse inventar uma música, principalmente aquela que cantava desde criança, quando seus familiares a chamavam de "menina da Viagem". Anos depois, Paulinho quis lançar um disco todo autoral com canções de santos orixás. Aí teve a ideia de convidar a menina da Viagem para interpretá-las: aos 50 anos Gloria Bomfim lançaria seu disco de estreia, Santo e Orixá, em 2008. Eis as faixas do disco, todas composições de Paulo César Pinheiro: Santo e Orixá, Ogum Menino, Bambueiro, Encanteria, Anel de Aço, Cavalo de Santo, Gameleira Branca, O Mais Velho, Casca de Coco, A Palma da Palmeira, Senhor da Justiça, Sultão do Mato, Caboclo Guaracy, A Revolta dos Malês. Para esta postagem selecionei Encanteria. Leia mais detalhes sobre a história de Gloria Bomfim aqui. Também agradeço à Lisandra por mais essa dica!
Encanteria
Paulo César Pinheiro
Vou queimar a lamparina
Quando o rei me der sinal
Eu sou da casa de mina
Ele é da casa real
Eu desci da lua cheia
Pelo raio que alumia
Eu cheguei na sua aldeia
Pra fazer encanteria
Eu vim ver minha maninha
Dona do fundo do mar
Ela canta de noitinha
De manhã dorme a cantar
Moço, apague essa candeia
Deixa tudo aqui no breu
Quero nada que clareia
Quem clareia aqui sou eu
Vou queimar a lamparina...
Vim depressa como o vento
Mas não sei por que é que eu vim
Foi num canto de lamento
Que alguém chamou por mim
Acho que cheguei mais cedo
Antes de quem me chamou
Mas, se me chamou com medo
Vou-me embora, agora eu vou
De qualquer maneira eu deixo
Nessa casa, minha luz,
Abro ponto e ponto fecho
Deixo o resto com Jesus
Vou queimar a lamparina...
Áudio Gloria Bomfim (também aqui)
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domingo, 19 de junho de 2011
Domingo
Maria Bethânia: 65 anos!
Domingo
Roque Ferreira
Veja, meu bem
Que hoje é domingo
Domingo eu não choro
Domingo eu não sofro
Domingo eu sou de paz
E alegria
Tristeza, hoje eu não estou
Saudade, volte outro dia
Domingo eu não sou boa
Companhia
Se o amor quer me deixar
Me deixe num domingo
Eu não vou reclamar
E posso até achar
Que ficar só é lindo
Domingo a minha vida é o circo
Eu sou a trapezista
Alguém avise à dor
Que não insista
Tristeza, hoje eu não estou...
Áudio Maria Bethânia
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Roque Ferreira
Âmbar
Maria Bethânia: 65 anos!
Âmbar
Adriana Calcanhotto
Tá tudo aceso em mim
Tá tudo assim tão claro
Tá tudo brilhando em mim
Tudo ligado
Como se eu fosse um morro iluminado
Por um âmbar elétrico
Que vazasse nos prédios
E banhasse a Lagoa até São Conrado
E ganhasse as Canoas
Aqui do outro lado
Tudo plugado
Tudo me ardendo
Tá tudo assim queimando em mim
Como salva de fogos
Desde que sim eu vim
Morar nos seus olhos
Áudio Maria Bethânia
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Maria Bethânia
Gostoso Demais
Maria Bethânia: 65 anos!
Gostoso Demais
Dominguinhos e Nando Cordel
Tô com saudade de tu, meu desejo
Tô com saudade do beijo e do mel
Do teu olhar carinhoso
Do teu abraço gostoso
De passear no teu céu
É tão difícil ficar sem você
O teu amor é gostoso demais
Teu cheiro me dá prazer
Quando estou com você
Estou nos braços da paz
Pensamento viaja
E vai buscar meu bem-querer
Não posso ser feliz, assim
Tem dó de mim
O que é que eu posso fazer
Áudio Maria Bethânia
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Nando Cordel
sábado, 18 de junho de 2011
Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)
Maria Bethânia: 65 anos!
Não Dá Mais Pra Segurar (Explode Coração)
Gonzaguinha
Chega de tentar dissimular
E disfarçaar e esconder
O que não dá mais pra ocultar
E eu não posso mais calar
Já que o brilho desse olhar foi traidor
E entregou o que você tentou conter
O que você não quis desabafar e me cortou
Chega de temer, chorar, sofrer
Sorrir, se dar, e se perder, e se achar
E tudo aquilo que é viver,
Eu quero mais é me abrir
E que essa vida entre assim
Como se fosse o Sol
Desvirginando a madrugada
Quero sentir a dor dessa manhã
Nascendo, rompendo, rasgando,
Tomando meu corpo e então...
Eu... chorando, sofrendo, gostando, adorando
Gritando feito louca, alucinada e criança
Sentindo o meu amor se derramando
Não dá mais pra segurar
Explode coração
Áudio Maria Bethânia
Drama
Maria Bethânia: 65 anos!
Drama
Caetano Veloso
Eu minto, mas minha voz não mente
Minha voz soa exatamente
De onde no corpo da alma de uma pessoa
Se produz a palavra eu
Dessa garganta, tudo se canta
Quem me ama, quem me ama
Adeus, meu olho é todo teu
Meu gesto é no momento exato
Em que te mato
Minha pessoa existe
Estou sempre alegre ou triste
Somente as emoções
Drama
E ao fim de cada ato
Limpo num pano de prato
As mãos sujas do sangue das canções
Áudio Maria Bethânia
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Maria Bethânia
De Manhã
capa do primeiro LP de Maria Bethânia (1965)
Maria Bethânia: 65 anos!
De Manhã
Caetano Veloso
É de manhã
É de madrugada
É de manhã
Não sei mais de nada
É de manhã
Vou ver meu amor
É de manhã
Vou ver minha amada
É de manhã
Flor da madrugada
É de manhã
Vou ver minha flor
Vou pela estrada
E cada estrela
É uma flor
Mas a flor amada
É mais que a madrugada
E foi por ela
Que o galo cocorocô
Que o galo cocorocô
Áudio Maria Bethânia
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Maria Bethânia
quinta-feira, 16 de junho de 2011
Amor Pra Recomeçar
Amor Pra Recomeçar
Frejat, Mauricio Barros e Mauro Santa Cecília
Eu te desejo
Não parar tão cedo
Pois toda idade tem
Prazer e medo...
E com os que erram
Feio e bastante
Que você consiga
Ser tolerante...
Quando você ficar triste
Que seja por um dia
E não um ano inteiro
E que você descubra
Que rir é bom
Mas que rir de tudo
É desespero...
Desejo
Que você tenha a quem amar
E quando estiver bem cansado
Ainda
Exista amor pra recomeçar
Pra recomeçar...
Eu te desejo muitos amigos
Mas que em um
Você possa confiar
E que tenha até
Inimigos
Pra você não deixar
De duvidar...
Quando você ficar triste...
Eu desejo
Que você ganhe dinheiro
Pois é preciso
Viver também
E que você diga a ele
Pelo menos uma vez
Quem é mesmo
O dono de quem...
Eu desejo...
Vídeo Frejat
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quarta-feira, 15 de junho de 2011
A Lua
A Lua
Renato Rocha
A Lua
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua novamente
Diiiizz!...
Quando ela roda
É Nova!
Crescente ou Meia
A Lua!
É Cheia!
E quando ela roda
Minguante e Meia
Depois é Lua-Nova...
Mente quem diz
Que a Lua é velha...(2x)
Mente quem diz!
Áudio MPB-4
terça-feira, 14 de junho de 2011
Saxofone, Por Que Choras?
Saxofone, Por Que Choras? é uma composição do paraibano Severino Rangel de Carvalho, mais conhecido como Ratinho, que por muitos anos formou dupla com Jararaca, já apresentado aqui. A gravação desta postagem é do LP Brasil Sax e Clarineta, Discos Marcus Pereira, de 1976. Participam dessa gravação: Abel Ferreira (saxofone alto), Arlindo (violão), Copinha (Nicolino Cópia) (flauta), Dino 7 Cordas (violão 7 cordas), Freitas (violão), Jorge Bezerra (ritmo), Jorginho (ritmo), Silva (ritmo), Paulinho (ritmo), Sérgio Barrozo (contrabaixo). O arranjo é de Orlando Silveira.
Saxofone, Por Que Choras?
Ratinho
Instrumental
Áudio Abel Ferreira e demais músicas (também aqui)
domingo, 12 de junho de 2011
Nós
Compositor, cantor, dançarino, ator e pesquisador maranhense de Cururupu, radicado em São Paulo desde os anos 80, Tião Carvalho (myspace) é o autor da música Nós, muito conhecida nos anos 90 na interpretação de Cássia Eller, que comparece nesta postagem interpretando a canção em três momentos. Também é possível ouvir aqui a gravação de Tião Carvalho em seu CD Quando Dorme Alcântara, de 2002 (capa acima) e também de Ná Ozzetti, em seu álbum homônimo de 1988. As informações sobre Tião Carvalho foram inicialmente obtidas no ótimo blog Batuque Brasileiro, que se propõe a formar uma rede de amantes e simpatizantes do som da percussão.
Nós
Tião Carvalho
Eu... sei que me disseram por aí
E foi pessoa séria quem falou
Que você tava com saudade de me ouvir cantar (por aí)
Eu... sei que você disse por aí
Que não tava muito bem seu novo amor
Que você tava mais querendo era me ver passar por aí
Pois é...
Esse samba é pra você, ó, meu amor
Esse samba é pra você
Que me fez sorrir, que me fez chorar
Que me fez sonhar, que me fez feliz
Que me fez amar
Áudio Tião Carvalho
Áudio Ná Ozzetti
3 vídeos com Cássia Eller
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Tião Carvalho
sábado, 11 de junho de 2011
Quero Ser FelÏz
Nossa, o tempo voa! Hoje faz exatamente um ano que assisti ao show do Grupo Qu4tro Ïs no Barbariza Chopperia pela primeira vez! O grupo é composto por NÏlzah Barbosa (voz) e sua família: seu irmão GÏl Cruz (percussão), sua filha LÏsa Macedo (flauta transversal) e seu genro OÏto Pinheiro (violão). Vale lembrar também o apoio emotivo da LÏtÏane e da menina-de-80-anos D. NÏce, respectivamente filha caçula e mãe de NÏlzah. No repertório só música de primeiríssima: Flor Amorosa, Tem Quem Queira, Black is Beautiful, Bem Leve, Odara, Nós (talvez a minha favorita por causa da intro com as castanholas; na verdade é difícil escolher só uma...) e muuuitas outras. Tô dizeeendo... eles são demais! Para maiores informações sobre o Grupo Quatro Ïs visite o seu blog aqui. Para esta postagem selecionei a música Quero Ser FelÏz, composição da vocalista do grupo, NÏlzah Barbosa. E o sonho segue à tona!...
Quero Ser FelÏz
NÏlzah Barbosa
Vem, irmão
Eu quero ser feliz
Eu quero ter amor
Eu quero ter amigos
Vem, irmão
Preciso só de amor
Não quero desamor
Só quero ser querido
Quero ser amado sem perdão
Pois não me interessa a solidão
Mas eu não posso não
Eu não posso não
Eu não posso não
Vem, irmão
É simples, meu irmão
Felicidade é só
A luta e a compreensão
Lute sem o medo
E a condição será o calor da mão
No dia de afinco
Quero ser amado sem perdão...
É chegada a hora da partida
A vida resumida
O sonho segue à tona
Vem, irmão
O que lhe peço é só
Amor e muito dó
De quem pro sonho parte
Quero ser amado sem perdão...
Áudio Grupo Qu4tro Ïs (também aqui)
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Nilzah Barbosa
Hó-Bá-Lá-Lá
clique na imagem para ampliar
Hó-Bá-Lá-Lá, de João Gilberto, integra o LP Chega de Saudade, lançado em março de 1959. Na foto acima, clicando duas vezes, é possivel ler o texto na contracapa do disco, escrito por Tom Jobim, que comenta sobre a elaboração dos arranjos com orquestra, a ativa participação de "Joãozinho" com seus palpites e ideias, bem como a extraordinária musicalidade do baiano, "bossa nova" de vinte e sete anos. Participam dessa gravação: João Gilberto (voz e violão), Copinha (Nicolino Cópia) (flauta), Edmundo Maciel (trombone), Guarany (percussão), Rubens Bassini (bongô), Tom Jobim (piano, arranjo e regência), os integrantes dos Garotos da Lua: Acyr, Edgardo, Milton Silva, cantando no coro e orquestra. Este post é uma homenagem aos 80 anos de João Gilberto, completados ontem, 10 de junho.
Hó-Bá-Lá-Lá
João Gilberto
E amor
o hó-bá-lá-lá
hó-bá-lá-lá
uma canção,
Quem ouvir
o hó-bá-lá-lá
terá feliz o coração
O amor encontrará
Ouvindo esta canção
Alguém compreenderá
Seu coração
Vem ouvir,
O hó-bá-lá-lá,
Hó-bá-lá-lá
Esta canção
Hó-ba-lá-lá...
Áudio João Gilberto e demais músicos
Bim Bom
Bim Bom é uma composição de João Gilberto, lançada em agosto de 1958 no compacto 78rpm com Chega de Saudade. Houve quem não aceitasse sua gravação porque ela não tinha nada a ver com baião como é cantado na letra. Poizé, parece que nem todo mundo entende o coração do João... O áudio postado aqui é a de 1958 com João Gilberto (voz e violão), Copinha (Nicolino Cópia) (flauta), Guarany (percussão), Juquinha (triângulo), Milton Banana (bateria), Tom Jobim (piano, arranjo e regência). Este post é uma homenagem aos 80 anos de João Gilberto, completados ontem, 10 de junho.
Bim Bom
João Gilberto
Bim bom bim bim bom bom
Bim bom bim bim bom bim bom
Bim bom bim bim bom bom
Bim bom bim bim bom bim bim
É só isso o meu baião
E não tem mais nada não
O meu coração pediu assim, só
Bim bom bim bim bom
Bim bom bim bim bom bim bom
Bim bom bim bim bom
Bim bom bim bim bom bim bim
...
Só
Bim bom bim bom bim bim
Áudio João Gilberto e demais músicos
Chega de Saudade
Compacto Chega de Saudade de João Gilberto (1958)
Lançado em agosto de 1958, o compacto Odeon 78rpm de João Gilberto com Chega de Saudade, de Tom Jobim e Vinicius de Moraes, de um lado, e Bim Bom, composição do próprio João Gilberto, do outro, foi um divisor de águas na música popular produzida no Brasil, como revela o depoimento de vários músicos como Caetano Veloso, Chico Buarque, Nelson Motta dentre muitos outros. A batidada do violão e a interpretação minimalista de João Gilberto fizeram a cabeça de toda uma geração com impactos que ressoam até hoje. Dessa gravação histórica participam João Gilberto (voz e violão), Copinha (Nicolino Cópia) (flauta), Milton Banana (bateria), Tom Jobim (piano, arranjo e regência) e orquestra. Este post e os dois seguintes são uma homenagem aos 80 anos de João Gilberto, completados ontem, 10 de junho.
Chega de Saudade
Tom Jobim e Vinicius de Moraes
Vai minha tristeza
E diz a ela
Que sem ela não pode ser
Diz-lhe numa prece que ela regresse
Porque eu não posso mais sofrer
Chega de saudade
A realidade é que sem ela
Não há paz, não há beleza, é só tristeza
E a melancolia que não sai de mim, não sai de mim, não sai
Mas se ela voltar, se ela voltar
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei na sua boca
Dentro dos meus braços os abraços hão de ser milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de viver longe de mim
Não quero mais esse negócio de você viver assim
Vamos deixar desse negócio de você viver sem mim
Áudio João Gilberto e demais músicos
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quinta-feira, 9 de junho de 2011
Ramilonga
Postagem especial pra Letícia de POA!
Ramilonga
Vitor Ramil
Chove na tarde fria de Porto Alegre
Trago sozinho o verde do chimarrão
Olho o cotidiano, sei que vou embora
Nunca mais, nunca mais
Chega em ondas a música da cidade
Também eu me transformo numa canção
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Sobrevoo os telhados da Bela Vista
Na Chácara das Pedras vou me perder
Noites no Rio Branco, tardes no Bom Fim
Nunca mais, nunca mais
O trânsito em transe intenso antecipa a noite
Riscando estrelas no bronze do temporal
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
O tango dos guarda-chuvas na Praça XV
Confere elegância ao passo da multidão
Triste lambe-lambe, aquém e além do tempo
Nunca mais, nunca mais
Do alto da torre a água do rio é limpa
Guaíba deserto, barcos que não estão
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Ruas molhadas, ruas da flor lilás
Ruas de um anarquista noturno
Ruas do Armando, ruas do Quintana
Nunca mais, nunca mais
Do Alto da Bronze eu vou pra Cidade Baixa
Depois as estradas, praias e morros
Ares de milonga vão e me carregam
Por aí, por aí
Ramilonga, Ramilonga
Vaga visão viajo e antevejo a inveja
De quem descobrir a forma com que me fui
Ares de milonga sobre Porto Alegre
Nada mais, nada mais
Leia o ensaio A Estética do Frio, de Vitor Ramil, aqui.
Áudio Vitor Ramil
quarta-feira, 8 de junho de 2011
Foi No Mês Que Vem
O duo Vitor Ramil (violão e voz) e Egberto Gismonti (piano) está arrasante nessa grande composição de Ramil, também do disco Tambong, de 2000.
Foi No Mês Que Vem
Vitor Ramil
Vou te vi
Ali deserta de qualquer alguém
Penso, logo irei
Que seja antes minha que de outrem
Quando o vento fez do teu vestido
Um dom que Deus te deu
Claro que eu rirei
Ao vendo o que outro alguém não viu
Vou andei
E me chegando assim te cercarei
Digo, aqui tô eu
Que te amo e às tuas pernas quero bem
Já que estamos nós
Te sugeri-me então o que fazer
Claro que eu beijei
Ao tendo o que outro alguém não quis
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis
Vou fiquei
No teu chegado e tu chegada ao meu
Penso, grande é Deus
Um paraíso prum sujeito ateu
E pensando assim
Farei aquilo que o teu gosto quis
Claro, eu já ganhei de volta
Tudo o que eu quiser
E tudo isso
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Foi na hora em que eu te vi
E mais que tudo
Foi no mês que vem
Foi quando eu chegar
Na hora em que eu te quis
Áudio Vitor Ramil e Egberto Gismonti
Não É Céu
Não É Céu, de Vitor Ramil, abre seu ótimo disco Tambong (2000). Participam dessa faixa Vitor Ramil (voz e violão), Pedro Aznar (baixo fretless, vocal e produtor do CD), Santiago Vasquez (percussão) e Henrique Norris (trompete).
Não É Céu
Vitor Ramil
Não é céu sobre nós
Dele essa noite não veio
E muito menos vai o dia chegar
Se chegar, não é sol
Quem sabe a luz de um cigarro
Que desaba do vigésimo andar
É fogo, mora
Deixa essa brasa descer lá fora
Deixa o mundo todo queimar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá
Não é céu sobre nós
Se fosse o céu que se conta
Não seria a ponta acesa a brilhar
Se brilhou, não é sol
Se fosse o sol desabando
Nem meu quarto ia poder te salvar
É fogo, mora
Gente na brasa a gritar lá fora
Só nos falta Nero cantar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá
Não é céu sobre nós
Não vimos noite passando
E essa luz não fez o galo cantar
Se cantou, não é sol
Dia nascendo normal
A gente acorda e não costuma gritar
É fogo, mora
Deixa essa brasa sumir lá fora
Deixa o galo nos acordar
É cedo, cedo
Fica comigo, me abraça
Que calor melhor a rua não dá
Áudio Vitor Ramil e demais músicos
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Vitor Ramil
terça-feira, 7 de junho de 2011
Loucos de Cara
Loucos de Cara
Kleiton Ramil e Vitor Ramil
Vem
Anda comigo
Pelo planeta
Vamos sumir!
Vem
Nada nos prende
Ombro no ombro
Vamos sumir!
Não importa
Que deus jogue pesadas moedas do céu
Vire sacolas de lixo pelo caminho
Se na praça em Moscou
Lênin caminha e procura por ti
Sob o luar do oriente
Fica na tua
Não importam vitórias
Grandes derrotas, bilhões de fuzis
Aço e perfume dos mísseis nos teus sapatos
Os chineses e os negros
Lotam navios e decoram canções
Fumam haxixe na esquina
Fica na tua
Vem...
Não importa
Que Lennon arme no inferno a polícia civil
Mostre as orelhas de burro aos peruanos
Garibaldi delira
Puxa no campo um provável navio
Grita no mar farroupilha
Fica na tua
Não importa
Que os vikings queimem as fábricas do cone sul
Virem barris de bebidas no Rio da Prata
M´boitatá nos espera
Na encruzilhada da noite sem luz
Com sua fome encantada
Fica na tua
Poetas loucos de cara
Soldados loucos de cara
Malditos loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Parceiros loucos de cara
Ciganos loucos de cara
Inquietos loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Vem...
Se um dia qualquer
Tudo pulsar num imenso vazio
Coisas saindo do nada
Indo pro nada
Se mais nada existir
Mesmo o que sempre chamamos REAL
E isso pra ti for tão claro
Que nem percebas
Se um dia qualquer
Ter lucidez for o mesmo que andar
E não notares que andas
O tempo inteiro
É sinal que valeu!
Pega carona no carro que vem
se ele é azul, não importa
Fica na tua
Videntes loucos de cara
Descrentes loucos de cara
Pirados loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Latinos, deuses, gênios, santos, podres
Ateus, imundos e limpos
Moleques loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Gigantes, tolos, monges, monstros, sábios
Bardos, anjos rudes, cheios do saco
Fantasmas loucos de cara
Ah, vamos sumir!
Vem...
Áudio Vitor Ramil
A Resposta
A Resposta, de Vitor Ramil, está em seu disco À Beça, de 1995. Participam da faixa André Gomes (guitarra com oitavador e programação de de ritmo), Alexandre Fonseca (tabla e percussão), Carlos Martau (guitarra com steel) e, é claro, o próprio Vitor Ramil (voz, vocais e violão).
A Resposta
Vitor Ramil
O homem caminho só na estação
Vindo de todo trem de todo lugar
Chega na banca e olha o jornal
Tira do bolso o último cigarro
Ri da notícia antes de ler
Rindo se esquece o que ia fazer
Olha o cigarro solto na mão
Bota outra vez no bolso sem perceber
Dá um passo em falso
E pega o braço de uma mulher que passa
E pergunta pra ela
E pergunta sem parar:
Que lugar é esse?
Que lugar é esse?
A mulher livra o braço e se vai
Corre e ainda pega o trem pega o seu lugar
Lá num vagão com gente demais
Pensa que tudo é doido nessa vida
Ri da resposta que ia dar
Rindo se esquece o que ia falar
Enche a paisagem com seu olhar
Passa com ela e vê que ficou lá atrás
Chega em casa cansada
E se senta com um cara que não diz nada
E pergunta pra ele
E pergunta sem parar:
Que lugar é esse?
Que lugar é esse?
Áudio Vitor Ramil
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segunda-feira, 6 de junho de 2011
A Noite
A Noite
Ivan Lins e Vitor Martins
A noite tem bordado
Nas toalhas dos bares
Corações arpoados
Corações torturados
Corações de ressaca
Corações desabrigados demais
A noite tem falado
Nas cadeiras dos bares
De paixões afogadas
De paixões recusadas
De paixões descabidas
De paixões envelhecidas demais
A noite traz no rosto sinais
De quem tem chorado demais
A noite tem deixado
Seus rancores gravados
A faca e canivete
A lápis e gilette
Por dentro das pessoas
Por dentro dos toilettes e mais
Por dentro de mim
Áudio Ivan Lins aqui
Velas Içadas
Velas Içadas
Ivan Lins e Vitor Martins
Seu coração é um barco de velas içadas
Longe dos mares, do tempo, das loucas marés
Seu coração é um barco de velas içadas
Sem nevoeiros, tormentas, sequer um revés
Seu coração é um barco jamais navegado
Nunca mostrou-se por dentro, abrindo os porões
Seu coração é um barco que vive ancorado
Nunca arriscou-se ao vento, às grandes paixões
Nunca soltou as amarras
Nunca ficou à deriva
Nunca sofreu um naufrágio
Nunca cruzou com piratas e aventureiros
Nunca cumpriu o destino das embarcações
Áudio Ivan Lins
domingo, 5 de junho de 2011
Deixa
Deixa, de Baden & Vinicius, em dois momentos: no primeiro Vinicius, orquestra e coro do álbum Vinicius & Odette Lara (1963) e no segundo Baden Powell (violão), Édison Lobo (baixo) e Chico Batera (bateria) no disco Tempo Feliz (1966), de Baden.
Deixa
Baden Powell e Vinicius de Moraes
Deixa
Fale quem quiser falar, meu bem
Deixa
Deixe o coração falar também
Porque ele tem razão demais quando se queixa
Então a gente deixa, deixa, deixa, deixa
Ninguém vive mais do que uma vez
Deixa
Diz que sim pra não dizer talvez
Deixa
A paixão também existe
Deixa
Não me deixes ficar triste
Áudio Vinicius de Moraes, orquestra e coro
Áudio Baden Powell (violão), Édison Lobo (baixo) e Chico Batera (bateria)
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Deixa
Deixa é uma composição de Moriel, do grupo Dazaranha, lançada no seu disco Nossa Barulheira de 2004.
Deixa
Moriel
Chego a porta fechada e a luz apagada
O rumo que eu tenho
Uma nova estrada
Cair na ginga da língua
No jogo de todo dia
É no trocar de se trocar
Vai se trocar de amor um dia
Mas pra quem já viveu sem dentes pra comer
Saiu do buraco e conseguiu entender
Que a saída é ser feliz
O que vamos esperar
Dessa vida de aprendiz é paz
Deixa
Deixa que eu vou
Vou na marola, vou na fé
Vou nessa porque o tempo já me avisou
Sabes tudo o que acontece ao redor do meu mundo
Espero que a memória não me falhe mais
Você chegou, me fez pensar
E acreditar que a vida é boa
Áudio Dazaranha
sábado, 4 de junho de 2011
Madrugada
Mais Quelé!
Madrugada
Antônio Motta e B. Miranda
Madrugada foi embora
E eu fiquei sozinho sem ninguém
Aonde é que ela mora
Madrugada diz agora
Que eu vou pra lá também
E agora que o sol já vai sair
Eu não posso resistir
A saudade me devora
Sei que sem ela eu não vivo
Ela é meu lenitivo
Madrugada diz agora
Áudio Clementina de Jesus
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Olhos de Azeviche
ilustração de Elifas Andreato em seu livro Portfólio Brasil (ver matéria aqui)
Olhos de Azeviche
Jaguarão
Aonde estão
Os olhos de azeviche
Que me olham tanto
Que destruiram minh'alma
Que me roubaram a calma
O meu coração
Palpita a todo instante
Vive a perguntar
Se aqueles olhos lindos
Não vão me enganar
Eu que vivia feliz, sossegado
Jamais havia pensado no amor
Surgiram então aqueles olhos negros
Todo meu sentimento transformou
Consulto meu coração sentimental
Se uma aventura a mais não lhe faz mal
Áudio Clementina de Jesus (também aqui)
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Torresmo À Milanesa
Daqui a pouco estarei no Bar Canto do Noel no centro pra curtir a apresentação do grupo Torresmo à Milanesa, cujo blog pode ser acessado aqui. Enquanto isso, no esquenta de hoje, segue a música que inspirou o nome do grupo, interpretada por Adoniran Barbosa, Clementina de Jesus e Carlinhos Vergueiro no final dos anos 70. Vam s'embora, João!
Torresmo À Milanesa
Adoniran Barbosa e Carlinhos Vergueiro
O enxadão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, João!
Vam s'embora, João!
O enxadão da obra bateu onze hora
Vam s'embora, João!
Vam s'embora, João!
Que é que você troxe na marmita, Dito?
Troxe ovo frito, troxe ovo frito
E você, beleza, o que é que você troxe?
Arroz com feijão e um torresmo à milanesa,
Da minha Tereza!
Vamos almoçar
Sentados na calçada
Conversar sobre isso e aquilo
Coisas que nóis não entende nada
Depois, puxá uma páia
Andar um pouco
Pra fazer o quilo
É dureza, João!
É dureza, João!
É dureza, João!
É dureza, João!
O mestre falou
Que hoje não tem vale não
Ele se esqueceu
Que lá em casa não sou só eu
- Se segura, Maria!
Áudio Adoniran Barbosa, Clementina de Jesus e Carlinhos Vergueiro
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quinta-feira, 2 de junho de 2011
Pensamento
Pensamento
Ras Bernardo, Bino, Lazão e Da Gama
Você precisa saber
O que passa aqui dentro
Eu vou falar pra você
Você vai entender
A força de um pensamento
Pra nunca mais esquecer
Pensamento é um momento que nos leva à emoção
Pensamento positivo que faz bem ao coração
O mal não, o mal não, o mal não
Sendo que para você chegar terá que atravessar
A fronteira do pensar, a fronteira do pensar
E o pensamento é o fundamento
Eu ganho o mundo sem sair do lugar
Eu fui para o Japão com a força do pensar
Passei pelas ruínas e parei no Canadá
Subi o Himalaia pra do alto cantar
Boa imaginação que faz você viajar, todo mundo
Estou sem lenço e o documento
Meu passaporte é visto em todo lugar
Acorda, meu Brasil, pro lado bom de pensar
Detone o pesadelo pois o bom ainda virá
Você precisa saber...
Custe o tempo que custar, esse dia virá
Nunca pense em desistir, não
Te aconselho a prosseguir
O tempo voa, rapaz, pegue seu sonho, rapaz
A melhor hora e o momento é você quem faz
Recito poesias
Palavras de um Rei:
"Faça por onde que eu te ajudarei"
Áudio Cidade Negra
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Lazão,
Ras Bernardo
Dizer Não É Dizer Sim
Dizer Não É Dizer Sim
George Israel e Paula Toller
Dizer não é dizer sim
Saber o que é bom pra mim
Não é só dar um palpite
Dizer não é dizer sim
Dar um não ao que é ruim
É mostrar o meu limite
É mostrar o meu limite
Pra não ter complicação
Completar a ligação
Basta sinceridade
Basta disposição
Dizer não é dizer sim
Saber o que é bom pra mim
Não é só dar um palpite
É mostrar o meu limite
Não é preciso ficar inseguro
Não é possível concordar em tudo
Somos amigos
E isso é um bom motivo
Pra gente ficar junto
Pra gente ficar, gente ficar junto
Pra não ter complicação
Completar a ligação
Basta sinceridade
Basta disposição
Dizer não é dizer sim
Dizer não é dizer sim
Yeah, yeah, yeah, yeah
Nããããoo
Áudio Kid Abelha
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