sábado, 31 de dezembro de 2011

Maria Fumaça


Como última postagem do ano, escolhi a ótima composição Maria Fumaça, de Luiz Carlos Santos e Oberdan Magalhães, faixa de abertura do disco homônimo da Banda Black Rio, lançado em 1977 e tema de uma novela global. Participam: Barrosinho (José Carlos Barroso) (trompete), Cláudio Stevenson (guitarra), Cristóvão Bastos (teclados), Jamil Joanes (baixo elétrico), Lúcio Trombone (Lúcio J. da Silva) (trombone), Luiz Carlos Santos (bateria) e Oberdan Magalhães (saxofones).

Maria Fumaça
Luiz Carlos Santos e Oberdan Magalhães

Instrumental


Áudio Banda Black Rio

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Smile - Sorri


Smile
Charlie Chaplin, John Turner and Geoffrey Parsons

Smile, though your heart is aching
Smile, even though it’s breaking
When there are clouds in the sky, you’ll get by
If you smile through your fear and sorrow
Smile and maybe tomorrow
You’ll see the sun come shining through for you

Light up your face with gladness
Hide every trace of sadness
Although a tear may be ever so near
That’s the time you must keep on trying
Smile, what’s the use of crying?
You’ll find that life is still worthwhile
If you’ll just smile

Áudio Nat King Cole




Sorri
Charles Chaplin, John Turner e Geoffrey Parsons - versão: Braguinha

Sorri
Quando a dor te torturar
E a saudade atormentar
Os teus dias tristonhos, vazios

Sorri
Quando tudo terminar
Quando nada mais restar
Do teu sonho encantador

Sorri
Quando o sol perder a luz
E sentires uma cruz
Nos teus ombros cansados, doridos

Sorri
Vai mentindo a tua dor
E ao notar que tu sorris
Todo mundo irá supor
Que és feliz

Áudio e vídeo Djavan



quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

Malandragem


Cássia Eller: 10 anos depois...

Malandragem
Cazuza e Frejat

Quem sabe eu ainda
Sou uma garotinha
Esperando o ônibus
Da escola, sozinha

Cansada com minhas
Meias três quartos
Rezando baixo
Pelos cantos
Por ser uma menina má

Quem sabe o príncipe
Virou um chato
Que vive dando
No meu saco
Quem sabe a vida
É não sonhar

Eu só peço a deus
Um pouco de malandragem
Pois sou criança
E não conheço a verdade
Eu sou poeta
E não aprendi a amar

Bobeira
É não viver a realidade
E eu ainda tenho
Uma tarde inteira
Eu ando nas ruas
Eu troco um cheque
Mudo uma planta de lugar
Dirijo meu carro
Tomo o meu pileque
E ainda tenho tempo
Pra cantar

Vídeo Cássia Eller

Na Cadência do Samba




Cássia Eller: 10 anos depois...

Na Cadência do Samba
Ataulfo Alves e Paulo Gesta

Sei que vou morrer
Não sei o dia
Levarei saudades da Maria
Sei que vou morrer
Não sei a hora
Levarei saudades da Aurora
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba

Mas o meu nome ninguém vai jogar na lama
Diz o dito popular
'Morre o homem e fica a fama'
Eu quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba
Quero morrer numa batucada de bamba
Na cadência bonita do samba

Áudio Cássia Eller

Besame


Besame
Flávio Venturini e Murilo Antunes

A orquestra já nos chamou
Abri meu coração
Tremeu o chão
Eu vi que era feliz
À luz de um cabaré
La noche nuestra
O mundo a rodar
Vem o fogo da paixão nos queimar
La luna tropical
O som de um bandoneon
Não me canso de pedir

Besame
Besame mucho mas
Besame
Besame mucho mas

Áudio Jane Duboc

Estrada do Sol


Estrada do Sol
Tom Jobim e Dolores Duran

É de manhã
Vem o sol mas os pingos da chuva que ontem caiu
Ainda estão a brilhar
Ainda estão da dançar
Ao vento alegre
Que me traz esta canção

Quero que você me dê a mão
Que eu vou sair por aí
Sem pensar no que foi que sonhei
Que chorei, que sofri
Pois a nossa manhã
Já me fez esquecer
Me dê a mão vamos sair pra ver o sol

Áudio Jane Duboc

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Lua e Flor


Esta é a minha composição favorita do Oswaldo Montenegro: Lua e Flor, de seu disco Ao Vivo, lançado em 1988. Participam dessa gravação: Jorjão Barreto (baixo elétrico), Lui Coimbra (violoncelo), Madalena Salles (flauta), Milton Guedes (saxofone, assobio, harmônica) e Oswaldo Montenegro (voz, violão Ovation, piano). Arranjado por Robes Pierre Simões.

Lua e Flor
Oswaldo Montenegro

Eu amava
Como amava algum cantor
De qualquer clichê
De cabaré, de lua e flor

Eu sonhava como a feia
Na vitrine
Como carta
Que se assina em vão

Eu amava
Como amava um sonhador
Sem saber por quê
E amava ter no coração
A certeza ventilada de poesia
De que o dia amanhece não

Eu amava
Como amava um pescador
Que se encanta mais
Com a rede que com o mar
Eu amava, como jamais poderia
Se soubesse como te encontrar

Áudio Oswaldo Montenegro e demais músicos

Bandolins


Bandolins
Oswaldo Montenegro

Como fosse um par que
Nessa valsa triste
Se desenvolvesse
Ao som dos bandolins

E como não,
E por que não dizer
Que o mundo respirava mais
Se ela apertava assim?
Seu colo como
Se não fosse um tempo
Em que já fosse impróprio
Se dançar assim

Ela teimou e enfrentou
O mundo
Se rodopiando ao som
Dos bandolins

Como fosse um lar
Seu corpo à valsa triste
Iluminava e à noite
Caminhava assim

E como um par
O vento e a madrugada
Iluminavam a fada
Do meu botequim

Valsando como valsa
Uma criança
Que entra na roda
A noite tá no fim

Ela valsando
Só na madrugada
Se julgando amada
Ao som dos bandolins

Áudio Oswaldo Montenegro (voz e arranjo), Zé Alexandre (voz), Joel Nascimento (bandolins), Pascoal Meirelles (bateria), Jorjão (baixo), Luiz Paulo (piano e Moog)



Vídeo Oswaldo Montenegro (voz e violão), Sérgio Chiavazzoli (bandolim) e Pedro Amorim (bandolim)

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Motivo


Motivo
Fagner em poema de Cecília Meireles

Eu canto, porque o instante existe
E a minha vida está completa
Não sou alegre nem sou triste, sou poeta
Não sou alegre nem sou triste, sou poeta

Irmão das coisas fugidias
Não sinto gozo nem tormento
Atravesso noites e dias no vento
Se desmorono ou se edifico
Se permaneço ou me desfaço
Não sei se fico ou passo

Eu sei que eu canto e a canção é tudo
Tem sangue eterno a asa ritmada
E um dia eu sei que estarei mudo, mais nada
Amanhã estarei mudo, mais nada

Áudio Fagner com vocais de Amelinha

Fanatismo

Fanatismo
Fagner em poema de Florbela Espanca

Minh'alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Posto que és já  toda a minha vida

Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida

Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina, fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros

Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um deus, principio e fim

Eu, já te falei de tudo
Mas tudo isto é pouco
Diante do que sinto

Áudio Fagner

segunda-feira, 26 de dezembro de 2011

Nossos Corações


Nossos Corações
Daniel Lucena

Me livro dessa solidão cantando verso feito de você
Me laço no meu coração buscando forças para me conter
Faz tempo que não vivo mais na terra onde te conheci
Cavalgo na vontade doida de voltar pra casa
E sair na rua pra encontrar você.

Em terra estranha parei para tomar meu chimarrão
Arriei sela e pensei - Ai, que saudade do meu chão!
Saudade é uma faca afiada que corta os nossos corações
Que faz da vida quase nada
E nos confunde na poeira dessa estrada.

Vídeo Expresso Rural

domingo, 25 de dezembro de 2011

Cultura Lira Paulistana


Nesse natal ganhei o disco Preto Brás (1998), de Itamar Assumpção. Eis a ótima música de abertura do CD.

Cultura Lira Paulistana
Itamar Assumpção
Citação: Luar do Sertão, de João Pernambuco e Catulo da Paixão Cearense

Não há, ó gente, ó não
Luar como esse do sertão

Pobre cultura
A ditadura pulou fora da política
E como a dita cuja é craca é crica
Foi grudar bem na cultura
Nova forma de censura
Pobre cultura como pode se segura
Mesmo assim mais um pouquinho
E seu nome será amargura ruptura sepultura
Também pudera coitada representada
Como se fosse piada
Deus meu por cada figura sem compostura
Onde era Ataulfo Tropicália
Monsueto Dona Ivone Lara campo em flor
Ficou tiririca pura
Porcaria na cultura tanto bate até que fura
Que droga merda
Cultura não é uma tchurma
Cultura não é tcha tchura
Cultura não é frescura (nem é mentira)
A brasileira é uma mistura pura uma loucura
A textura a brasileira é impura mas tem jogo de cintura
Se apura mistura não mata, cura
Cultura sabe que existe miséria existe fartura e partitura
Cultura quase sempre tudo atura
Sabe que a vida tem doce e é dura feito rapadura
Porcaria na cultura tanto bate até que fura
A cultura sabe que existe bravura agricultura
Ternura existe êxtase e agrura noites escuras
Cultura sabe que existe paúra botões e abotoaduras
Que existe muita tortura
Cultura sabe que existe cultura
Cultura sabe que existem milhões de outras culturas
Pra ter cultura tem que ter jogo de cintura
A ditadura pulou fora da política
E como a dita cuja é craca é crica
Foi grudar bem na cultura
Nova forma de censura
Pobre cultura
Como pode se segura
Mesmo assim mais um tiquinho
Coitada representada
Como se fosse um nada
Deus meu por cada feiúra
Sem compostura
Onde era Pixinguinha Elizeth Macalé e o Zé Kéti
Ficou tiririca pura
Só dança da tanajura
Porcaria na cultura tanto bate até que fura
Socorro Elis Regina
Baixaria na cultura tanto bate até que fura
Socorro
Porcaria na cultura tanto bate até que fura
Socorro Elis Regina
Baixaria na cultura tanto bate até que fura
Socorro
Que pop mais pobre pobre pop...

Áudio Itamar Assumpção

sábado, 24 de dezembro de 2011

Boas Festas

Texto retirado de MPB Compositores n. 37. Assis Valente. São Paulo: Ed. Globo, 1997, p. 13 
(clique na imagem para ampliar)

Boas Festas
Assis Valente

Anoiteceu, o sino gemeu
E a gente ficou feliz a rezar
Papai Noel, vê se você tem
A felicidade pra você me dar
Eu pensei que todo mundo
Fosse filho de Papai Noel
E assim felicidade
Eu pensei que fosse uma
Brincadeira de papel
Já faz tempo que eu pedi
Mas o meu Papai Noel não vem
Com certeza já morreu
Ou então felicidade
É brinquedo que não tem

Áudio Carlos Galhardo e Diabos do Céu (1933)

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Quero


Nesse Natal...

Quero
Thomas Roth

Quero ver o sol atrás do muro
Quero um refúgio que seja seguro
Uma nuvem branca sem pó, nem fumaça
Quero um mundo feito sem porta ou vidraça
Quero uma estrada que leve à verdade
Quero a floresta em lugar da cidade
Uma estrela pura de ar respirável
Quero um lago limpo de água potável

Quero voar de mãos dadas com você
Ganhar o espaço em bolhas de sabão
Escorregar pelas cachoeiras
Pintar o mundo de arco-íris

Quero rodar nas asas do girassol
Fazer cristais com gotas de orvalho
Cobrir de flores campos de aço
Beijar de leve a face da lua

Áudio Elis Regina

Canção de Verão


Canção de Verão
Luiz Guedes e Thomas Roth

É como um sol de verão
Queimando no peito
Nasce um novo desejo
Em meu coração
É uma nova canção
Rolando no vento
Sinto a magia do amor
Na palma da mão
É verão!
Bom sinal!
Já é tempo
De abrir o coração
E sonhar

Áudio Roupa Nova

Uma Noite e 1/2


Uma Noite e 1/2
Renato Rocketh

Vem chegando o verão
O calor no coração
Essa magia colorida
São coisas da vida…

Não demora muito agora
Toda de bundinha de fora
Top less na areia
Virando sereia

Essa noite eu quero te ter
Toda se ardendo só pra mim
Essa noite eu quero te ter
Te envolver, te seduzir

O dia inteiro de prazer
Tudo que quiser, vou te dar
O mundo inteiro aos seus pés
Só prá poder te amar

Roubo as estrelas lá do céu
Numa noite e meia desse sabor
Pego a lua, aposto no mar
Como eu vou te ganhar?

Áudio Marina e Renato Rocketh

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Da Maior Liberdade (Do Meu Jeito)


Da Maior Liberdade (Do Meu Jeito)
Gonzaguinha

Já não basta este dia após dia
Que é um peso constante sobre as costas da gente
Nesse tempo doente à solta nas ruas
Colocando nas faces esse ar descontente
Já não basta a descrença e a desconfiança
Acabando com nossa esperança de felicidade
Já não basta a pressão dessa falsa moral
Encobrindo os atos de imoralidade
Ah, por favor, meu menino
Não venha também me prender a cabeça, as pernas e braços
Eu te amo e esse amor eu declaro e grito e proclamo
De peito bem limpo, de peito lavado
Não preciso provar, pois sei bem o que sou
E tintim por tintim dos meus traços e passos
Já cansei dessas velhas promessas
Dessas velhas palavras e cansados ditados
Já não basta essa coisa rolando aí fora
Nos castrando com garras e dentes
Nos forçando a viver tão somente de meias verdades
O importante é que o nosso coração sinta, através do respeito
O que é ser profundamente uma pessoa da maior liberdade

Áudio Gonzaguinha

segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Tempos do Onça e da Fera (Quarador)


Tempos do Onça e da Fera (Quarador)
João Bosco e Aldir Blanc

Saindo pro trabalho de manhã
O avô vestia o sol do quarador
Tecido em goiabeiras, sabiás,
Cigarras, vira-latas e um amor.
E o amor ia ao portão pra dar adeus
De pano na cabeça, espanador...
Os netos... o quintal... Vila Isabel...
Todo o Brasil era sol, quarador.

Hoje, acordei depois do meio-dia,
Chovia, passei mal no elevador,
Ouvi na rua as garras do metrô.
O avô morreu.
Mudou Vila Isabel ou mudei eu?
Brasil...
Tá em falta o honesto sol do quarador.

Áudio João Bosco

sábado, 17 de dezembro de 2011

Sodade


Sodade da cabo-verdiana Cesária Évora!

Sodade
Luis Morais e Amandio Cabral

Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Quem mostra' bo
Ess caminho longe?
Ess caminho
Pa São Tomé

Sodade sodade
Sodade
Dess nha terra Sao Nicolau

Si bô 'screvê' me
'M ta 'screvê be
Si bô 'squecê me
'M ta 'squecê be
Até dia
Qui bô voltà

Vídeo Cesária Évora

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Minha Casa


Minha Casa
Zeca Baleiro

É mais fácil cultuar os mortos que os vivos
Mais fácil viver de sombras que de sóis
É mais fácil mimeografar o passado
Que imprimir o futuro
Não quero ser triste
Como o poeta que envelhece
Lendo Maiakóvski na loja de conveniência
Não quero ser alegre
Como o cão que sai a passear com o seu dono alegre
Sob o sol de domingo
Nem quero ser estanque
Como quem constrói estradas e não anda
Quero no escuro
Como um cego tatear estrelas distraídas

Amoras silvestres no passeio público
Amores secretos debaixo dos guarda-chuvas
Tempestades que não param
Para-raios quem não tem
Mesmo que não venha o trem não posso parar

Veja o mundo passar como passa
Uma escola de samba que atravessa
Pergunto onde estão teus tamborins

Sentado na porta de minha casa
A mesma e única casa
A casa onde eu sempre morei

Áudio Zeca Baleiro

quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Derradeira Primavera


Derradeira Primavera
Tom Jobim e Vinicius de Moraes

Põe a mão na minha mão
Só nos resta uma canção
Vamos, volta, o mais é dor
Ouve só uma vez mais
A última vez, a última voz
A voz de um trovador

Fecha os olhos devagar
Vem e chora comigo
O tempo que o amor não nos deu
Toda a infinita espera
O que não foi só teu e meu
Nessa derradeira primavera

Áudio Paula Morelenbaum (voz), Tom Jobim (piano, arranjo), Jaques Morelenbaum (cello, arranjo), Danilo Caymmi (flauta), Sebastião Neto (baixo elétrico), Paulo Jobim (arranjo)

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Anos Dourados


Parece dezembro / De um ano dourado...

Anos Dourados
Tom Jobim e Chico Buarque

Parece que dizes
Te amo, Maria
Na fotografia
Estamos felizes
Te ligo afobada
E deixo confissões
No gravador
Vai ser engraçado
Se tens um novo amor
Me vejo a teu lado
Te amo?
Não lembro
Parece dezembro
De um ano dourado
Parece bolero
Te quero, te quero
Dizer que não quero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Não sei se eu ainda
Te esqueço de fato
No nosso retrato
Pareço tão linda
Te ligo ofegante
E digo confusões no gravador
E desconcertante
Rever o grande amor
Meus olhos molhados
Insanos, dezembros
Mas quando me lembro
São anos dourados
Ainda te quero
Bolero, nossos versos são banais
Mas como eu espero
Teus beijos nunca mais
Teus beijos nunca mais

Áudio Maria Bethânia



Áudio Chico Buarque e Tom Jobim

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Só Tinha de Ser Com Você


Só Tinha de Ser Com Você
Tom Jobim e Aloysio de Oliveira

É, só eu sei
Quanto amor
Eu guardei
Sem saber
Que era só
Pra você

É, só tinha de ser com você,
Havia de ser pra você,
Senão era mais uma dor,
Senão não seria o amor,

Aquele que a gente não vê,
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.
O amor que chegou para dar
O que ninguém deu pra você.

É, você que é feito de azul,
Me deixa morar nesse azul,
Me deixa encontrar minha paz,

Você que é bonito demais,
Se ao menos pudesse saber
Que eu sempre fui só de você,
Você sempre foi só de mim.

Vídeo Elis Regina

domingo, 11 de dezembro de 2011

Canta Brasil


E minha mãe completa hoje 70 anos. Uma vez ela me disse que cantou esta música no rádio: Canta Brasil, de Alcyr Pires Vermelho e David Nasser, cuja primeira gravação, também há 70 anos, foi com Francisco Alves e a Orquestra da Rádio Nacional com arranjos de Lyrio Panicali. Nesta postagem também apresento a interpretação de Gal Costa de seu álbum Fantasia (1981).

Canta Brasil
Alcyr Pires Vermelho e David Nasser

As selvas te deram nas noites teus ritmos bárbaros
E os negros trouxeram de longe reservas de pranto
Os brancos falavam de amor nas suas canções
E dessa mistura de vozes nasceu o teu canto

Brasil, minha voz enternecida
Já dourou os teus brasões
Na expressão mais comovida
Das mais ardentes canções

Também, na beleza desse céu
Onde o azul é mais azul
Na aquarela do Brasil
Eu cantei de norte a sul

Mas agora o teu cantar
Meu Brasil quero escutar
Nas preces da sertaneja
Nas ondas do rio-mar

Oh! Esse rio turbilhão
Entre selvas e rojão
Continente a caminhar
No céu, no mar, na terra
Canta Brasil


Áudio Francisco Alves



Áudio Gal Costa

Gago Apaixonado


Taí uma das minhas favoritas do poeta da Vila, que completaria hoje 101 anos!

Gago Apaixonado
Noel Rosa

Mu... mu... mulher em mim fi.... fizeste um estrago
Eu de nervoso esto... tou fi... ficando gago
Não po... posso com a cru... crueldade da saudade
Que... que mal... maldade, vi... vivo sem afago
Tem... tem.... tem pe... pena deste mo... mo... moribundo
Que... que já virou va... va... va... va... ga... gabundo
Só... só... só... só.... por ter so... so... sofri... frido
Tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu tens
Um co... coração fi... fi... fingido
Teu... teu co... coração me entregaste
De... de... pois... pois... de mim tu to.... toma... maste
Tu.... tua falsi... si... sidade é pro... profunda
Tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu... tu vais fi... fi... ficar corcunda

Áudio Noel Rosa

sábado, 10 de dezembro de 2011

Na Linha do Mar


Na Linha do Mar
Paulinho da Viola

Galo cantou
Às quatro da manhã
Céu azulou
Na linha do mar

Vou me embora desse
Mundo de ilusão
Quem me vê sorrir
Não há de me ver chorar

Flechas sorrateiras
Cheias de veneno
Querem atingir
O meu coração
Mas o meu amor
Sempre tão sereno
Serve de escudo
Pra qualquer ingratidão

Vídeo Clara Nunes

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Chove Chuva


Chove Chuva
Jorge Ben

Chove chuva
Chove sem parar

Pois eu vou fazer uma prece
Pra deus, nosso senhor
Pra chuva parar
De molhar o meu divino amor

Que é muito lindo
É mais que o infinito
É puro e belo
Inocente como a flor

Por favor, chuva ruim
Não molhe mais
O meu amor assim

Sacundim, sacundém
Imboró, congá
Dombim, dombém
Agouê, obá
Sacundim, sacundém
Imboró, congá
Dombim, dombém
Agouê
Agouê, oh! oh! oh! obá

Áudio Jorge Ben

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Love


John Lennon: 31 anos depois.

Love
John Lennon

Love is real, real is love
Love is feeling, feeling love
Love is wanting to be loved

Love is touch, touch is love
Love is reaching, reaching love
Love is asking to be loved

Love is you
You and me
Love is knowing
We can be

Love is free, free is love
Love is living, living love
Love is needing to be loved

Áudio John Lennon

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Romance da Lua, Lua


Romance da Lua, Lua
Flaviola sobre poema de García Lorca

Sobre à frágua
Veio a lua,
Com seus babados de renda.
O menino mira, mira.
O menino a está mirando.
No ar súbito, comovido
A lua move seus braços
E mostra, lúbrica e puro,
Seios de duro estanho.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, lua.
Foge, lua, lua, luaaaaa!
Se viessem os ciganos,
Com teu coração fariam
Anéis e colares brancos.
Oh, foge lua, lua, lua, luaaaa!
Quando vierem os ciganos,
Te acharão sobre a bigorna
Com teus olhinhos fechados.
Foge, lua, lua, lua.
Que já sinto seus cavalos.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Deixa-me, filho, não pises
O meu alvor engomado.
Vinha perto o cavaleiro,
Com o tambor do chão tocando.
E, dentro da frágua, o menino
Tem seus olhinhos fechados.
Pelo oliveiral, bronze e sonho,
Eles vinham, os ciganos.
As cabeças para cima
E os olhos sempre-cerrados.
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, luaaaa!
E dentro da frágua choram,
Dando gritos os ciganos.
O ar da noite vela, vela.
O ar da noite a está velando.
Ai!!
Como canta a coruja,
Como canta no galho!
Através do céu, a lua
Vai o menino levando
Ai! como canta a coruja
Ai! como canta no galho
Através do céu a lua
Vai o menino levando
Ai! como canta a coruja
Ai! como canta no galho
Através do céu a lua
Vai o menino levando
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, lua,
Foge lua, lua, luaaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!
Lua, lua, lua, lua, lua, luaaa!

Áudio Amelinha



Áudio Flaviola e o Bando do Sol

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Frevo Mulher


Frevo Mulher
Zé Ramalho

Quantos aqui ouvem os olhos eram de fé
Quantos elementos amam aquela mulher
Quantos homens eram inverno e outros verão
Outonos caindo secos no solo da minha mão
Gemeram entre cabeças a ponta do esporão
A folha do não me toque e o medo da solidão
Veneno meu companheiro desatado cantador
E desemboca no primeiro açude do meu amor
É quando o tempo sacode a cabeleira
A trança toda vermelha
Um olho cego vagueia
Procurando por um

Áudio Amelinha



Áudio Zé Ramalho (também aqui)

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Outras Palavras


Mais uma pérola do Caetano!

Outras Palavras
Caetano Veloso

Nada dessa cica de palavra triste em mim na boca
Travo trava mãe e papai, alma buena dicha loca
Neca desse sono de nunca jamais nem never more
Sim, dizer que sim pra Cilu, pra Dedé pra Dadi e Dó
Crista do desejo o destino deslinda-se em beleza:
Outras palavras

Tudo seu azul tudo céu tudo azul e furtacor
Tudo meu amor tudo mel tudo amor e ouro e sol
Na televisão na palavra no átimo no chão
Quero essa mulher solamente pra mim mas muito mais
Rima pra que faz tanto mas tudo dor amor e gozo:
Outras palavras

Nem vem que não tem vem que tem coração tamanho trem
Como na palavra palavra a palavra estou em mim
E fora de mim quando você parece que não dá
Você diz que diz em silêncio o que eu não desejo ouvir
Tem me feito muito infeliz mas agora minha filha:
Outras palavras

Quase João Gil Ben muito bem mas barroco como eu
Cérebro máquina palavras sentidos corações
Hiperestesia Buarque voilá tu sais de cor
Tinjo-me romântico mas sou vadio computador
Só que sofri tanto que grita porém daqui pra a frente:
Outras palavras

Parafins gatins alphaluz sexonhei la guerrapaz
Ouraxé palávoras driz okê cris espacial
Projeitinho imanso ciumortevida vivavid
Lambetelho frúturo orgasmaravalha-me Logun
Homenina nel paraís de felicidadania:
Outras palavras

Áudio Caetano Veloso

domingo, 4 de dezembro de 2011

Colorir Papel


Dica da Dica!

Colorir Papel
Levi Lima

É um vento que passa e que leva
Raia o brilho de cor amarela
Planta o pé no chão
O amor dando volta na terra
Arco-íris de luz, aquarela
Banda coração

Vamos ver o pôr do sol, me dê a mão
Uma estrela só não é constelação
Sem destino vamos juntos
Passear feito nuvens no céu
Derramar a tinta
Colorir papel

E amanhecer nós dois
Perfume, bem-me-quer
Tem biscoito, queijo, bolo
Leite no café
Vamos ver o pôr do sol, me dê a mão
Uma estrela só não é constelação
Sem destino vamos juntos
Passear feito nuvens no céu
Derramar a tinta
Colorir papel

Vídeo Jammil e Uma Noites

Firmamento


Firmamento (Wrong Girl To Play With)
Henry Lawes e Winston Foster / Versão: Lazão, Toni Garrido, Da Gama e Bino

O que é que eu vou fazer agora
Se o teu sol não brilhar por mim?
Num céu de estrelas multicoloridas
Existe uma que eu não colori

Forte, sorte na vida, filhos feitos de amor
Todo verbo que é forte
Se conjuga no tempo
Perto, longe o que for

Você não sai da minha cabeça
E minha mente voa
Você não sai, não sai, não sai, não sai

Entre o céu e o firmamento
Não há ressentimento
Cada um ocupando o seu lugar
Não sai não, não sai, não sai, não sai, não sai

Entre o céu e o firmamento
Existem mais coisas do que julga
O nosso próprio pensar
Que vagam como o vento
E aquele sentimento de amor eterno

Entre o céu e o firmamento
Existem mais coisas do que julga
O nosso próprio entendimento
Que vagam pelo tempo
Com aquele juramento de amor eterno

Vídeo Cidade Negra

sábado, 3 de dezembro de 2011

Descansar


Descansar
Andréa Martins

Eu quero descansar no teu peito
O cansaço dessa vida
E o peso de ter que ser alguém
Eu já não sei o que faço, meu bem
Nem o que farei

Mas se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Eu posso ser o seu abrigo
Mas e se você não quiser
Eu posso ser um qualquer inimigo
Mas só quero que saiba, meu bem
Esteja sempre comigo

Eu quero encontrar a minha paz
Que eu já não sei dos perigos
Que essa vida me traz
Só sei que a gente inventa amor
E dor e tudo que nos satisfaz

E se você quiser e vier
Pro que der e vier comigo
Eu posso ser o seu abrigo
Mas e se você não quiser
Me nego a todo e qualquer castigo
Mas só quero que saiba, meu bem
Te levo sempre comigo

Vídeo Canto dos Malditos na Terra do Nunca  - Formação: Andréa Martins (voz), Helinho (guitarra), Danilo (guitarra, berros), David Castor (baixo) e Léo (bateria)

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Terreiro de Jesus

Roda de Samba, de Carybé

Celebrando o Dia Nacional do Samba!

Terreiro de Jesus
João Bosco, Edil Pacheco e Francisco Bosco

Eu vou pro samba
No Terreiro de Jesus
Beber a luz
Rever os bambas
Uma magia me seduz
Meu coração se derrama
Tô na Bahia
Festa de rua
Na cantina da lua
Tem samba

Eu vou deixar falar
Vou mandar descer
Pode chegar sossegado
Que essa mesa é branca
Vou bater palma de mão
Com fé no coração
Eu vou de guia e tamanca
Eu sou de escorregar
Liso de doer
Tenho boca de quiabo
E casca de banana

Sou, eu sou da Saúde, eu sou de lá
Eu sou da Gamboa, Praça Mauá, sou o samba
Sou, sou da Praça Onze, eu vim de lá
Do tempo que bobo era bobo, e bamba, bamba
Eu sou, sou do Estácio, eu sou de lá
Chapéu panamá, bicolor no pé, linho branco
Sou, sou, sou do terreiro, eu vim de lá
E tô com saudade de lá, para ser franco

Dia dois
Dois de dezembro
Eu vou pra Bahia sambar
Eu vou pra lá…

Áudio João Bosco

quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

Na Esquina


Na Esquina
João Bosco e Francisco Bosco

Ah, eu fiquei... eu fiquei, eu fiquei, eu fiquei
Eu fiquei, eu fiquei, eu fiquei, eu fiquei lá
Eu fiquei na esquina, foi, foi na esquina
Eu fiquei, eu fiquei, eu fiquei, eu fiquei lá
Eu fiquei te esperando, foi, e ainda tô lá

Você me deu sua palavra
Disse que vinha me buscar
Na rua do fique tranquilo
É com você que eu quero estar
Eu enfeitei sua palavra
E fui correndo te esperar
Lá na esquina da promessa
Com quem manda acreditar

Ah, eu fiquei...

Naquela tarde de setembro
O sol indo dormir no mar
Alguma coisa que eu não via
Não parava de brilhar
Eu olhei dentro dos teus olhos
E vi um lago, um laço, um lar
Minha melhor fotografia
Eu nunca pude revelar

Ah, eu fiquei...

Quando eu senti que despencava
Eu te pedi pra me ajudar
Você jogou sua palavra
Pra eu poder me segurar
Tua palavra não é corda
Só fui saber em pleno ar
Teu coração não tem janela
Pra você se debruçar

Ah, eu fiquei...

Eu hoje ando pelas ruas
Mas nunca saio do lugar
Até um poste de concreto
Eu vejo me ultrapassar
E quando falam de passado
Me sinto um louco a delirar
Nunca passei daquela esquina
Quem mandou acreditar

Ah, eu fiquei...

Áudio João Bosco (também aqui)