Fanatismo
Fagner em poema de Florbela Espanca
Minh'alma de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és sequer a razão do meu viver
Posto que és já toda a minha vida
Não vejo nada assim, enlouquecida
Passo no mundo meu amor a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história, tantas vezes lida
Tudo no mundo é frágil, tudo passa
Quando me dizem isto, toda a graça
De uma boca divina, fala em mim
E olhos postos em ti, digo de rastros
Podem voar mundos, morrer astros
Que tu és como um deus, principio e fim
Eu, já te falei de tudo
Mas tudo isto é pouco
Diante do que sinto
Áudio Fagner
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